quinta-feira, 19 de dezembro de 2013


 OXALÁ MOÇO(Moquexe)

OXALÁ é o detentor do poder procriador masculino. Todas as suas representações incluem o branco. É um elemento fundamental dos primórdios, massa de ar e massa de água, a protoforma e a formação de todo o tipo de criaturas no AIYE e no ORUN. Ao incorporar-se, assume duas formas: OXAGUIÃ jovem guerreiro, e OXALUFÃ, velho apoiado num bastão de prata (APAXORÓ). OXALÁ é alheio a toda a violência, disputas, brigas, gosta de ordem, da limpeza, da pureza. A sua cor é o branco e o seu dia é a sexta-feira. Os seus filhos devem vestir branco neste dia. Pertencem a OXALÁ os metais e outras substâncias brancas.

Em África, todos os Orixás relacionados com a criação são designados pelo nome genérico de Orixá Fun Fun. O mais importante entre todos eles chama-se Orixalá (Òrìsanlà), ou seja, o grande Orixá, que nas terras de Igbó e Ifé é cultuado como Obatalá, rei do pano branco. Eram cerca de 154 Orixás Fun Fun, mas no Brasil e na Europa a quantidade reduz-se significativamente, sendo que dois, Orixá Olùfón, rei de Ifón (Oxalufã) e Orixá Ógìyán, o comedor de inhame e rei de Egigbó (Oxaguiã), se tornaram as suas expressões mais conhecidas.
A designação de Orixá Fun Fun deve-se ao facto de a cor branca se configurar como a cor da criação, guardando a essência de todas as demais. O branco representa todas as possibilidades, a base de qualquer criação. O nome Orisanlá foi contraído e deu origem à palavra Oxalá, e com esse nome o grande Deus-pai passou a ser conhecido no Brasil e na Europa. Todos os Orixás Fun Fun foram reunidos em Oxalá e divididos em várias qualidades das suas duas configurações principais: Òsálufón, Osagiyan, sendo este último, jovem e guerreiro, filho do primeiro mais velho e paciente.Todas as histórias que relatam a criação do mundo passam necessariamente por Oxalá, que foi o primeiro Orixá concebido por Olodumaré e encarregado de criar não só o universo, como todos os seres, todas as coisas que existiriam no mundo.
A maior interdição de Oxalá é de facto o azeite-de-dendê, que jamais deve macular as suas roupas, os seus objectos sagrados e muito menos o seu Alá. A única coisa vermelha que Oxalá permite, é a pena de Ikodidè, prova de sua submissão ao poder genitor feminino.
O Alá representa a própria criação, está intimamente relacionado com a concepção de cada ser; é a síntese do poder criador masculino. A sua função primeira já remete ao seu significado profundo. A ação de cobrir não evoca somente proteção, zelo, denota a atividade masculina no ato sexual.
No Xirê, Oxalá é homenageado por último porque é o grande símbolo da síntese de todas as origens. Ele representa a totalidade, o único Orixá que, como Exú, reside em todos os seres humanos. Todos são seus filhos, todos são irmãos, já que a humanidade vive sob o mesmo teto, o grande Alá que nos cobre e protege, o céu.

Arquétipo dos filhos de Oxaguiã

A liderança é uma de suas especialidades. Duas características dividem os filhos de Oxaguiã.. Uns são amigos das intrigas, são orgulhosos, se acham os melhores , são faladores. Outros são voltados para a família, calmos e guardam segredos para si. Na verdade são duas fases de Oxagiã, numa delas estão os filhos que carregam a espada e os outros, os mais calmos carregam a mão de pilão. Valentes, guerreiros, caráter romântico e sensuais, combativos, geniosos, intuitivos , instáveis. Não despreza o sexo e cultiva o amor livre. É alegre, gosta profundamente da vida, é falador e brincalhão. Ao mesmo tempo e idealista, defendendo os injustiçados, os fracos e os oprimidos. Orgulhoso, sedento de feitos gloriosos é um jovem guerreiro combativo. É habitualmente alto e robusto, mas não é agressivo nem brutal. Ele é ciumento e detesta concorrência. São criativos, generosos, inteligentes, sábios, justos, por outro lado são também lentos, mandões e teimosos. Os seus pensamentos originais geralmente antecipam os da sua época. Ele é o nascente.
Arquetipo fonte: http://candomblebra.blogspot.com/2008/01/oxagui.html
http://ocandomble.wordpress.com/os-orixas/oxala/
Osogiyan ou Oxaguian (Orixá Ogiyan): Orixá jovem e guerreiro, cujo templo principal se encontra em Ejigbô. Ganhou o título de Eleejigbô Rei de Ejigbô, Babá Ejigbô, uma de suas características e o gosto pelo inhame pilado chamado lyán, que lhe valeu o apelido de Oisa-Je-Iyán ou Orisájiyan, Oxaguian no Brasil. Conhecemos alguns Orixás guerreiros funfun Elemoxós, são eles: Babá Ajagúna; Babá Lejubé; Babá Apejá; Babá Epê; Babá Akíre; Babá Dankó; Babá Dugbé; Babá Olójo
Encontraremos diversos nomes, títulos, qualidades diversas de Oxalá: Bábá Aláse, Arowú, Oníkì, Onírinjá, Jayé, Ròwu, Olóba, Olúofin, Oko, Éguin, Obanijitá, Oluorogbô, Ibô,  etc.
Lendas de Oxaguian

Oxaguiã não tinha ainda este nome. Chegou num lugar chamado Ejigbô e aí tornou-se Elejigbô (Rei de Ejigbô). Oxaguiã tinha uma grande paixão por inhame pilado, comida que os iorubás chamam iyan. Elejigbô comia deste iyan a todo momento; comia de manhã, ao meio-dia e depois da sesta; comia no jantar e até mesmo durante a noite, se sentisse vazio seu estômago! Ele recusava qualquer outra comida, era sempre iyan que devia ser-lhe servido. Chegou ao ponto de inventar o pilão para que fosse preparado seu prato predileto!
Impressionados pela sua mania, os outros orixás deram-lhe um cognome: Oxaguiã, que significa “Orixá-comedor-de-inhame-pilado”, e assim passou a ser chamado. Awoledjê, seu companheiro, era babalaô, um grande advinho, que o aconselhava no que devia ou não fazer. Certa ocasião, Awoledjê aconselhou a Oxaguiã oferecer: dois ratos de tamanho médio; dois peixes, que nadassem majestosamente; duas galinhas, cujo fígado fosse bem grande; duas cabras, cujo leite fosse abundante; duas cestas de caramujos e muitos panos brancos. Disse-lhe, ainda, que se ele seguisse seus conselhos, Ejigbô, que era então um pequeno vilarejo dentro da floresta, tornar-se-ia, muito em breve, uma cidade grande e poderosa e povoada de muitos habitantes. Depois disso Awoledjê partiu em viagem a outros lugares. Ejigbô tornou-se uma grande cidade, como previra Awoledjê. Ela era rodeada de muralhas com fossos profundos, as portas fortificadas e guardas armados vigiavam suas entradas e saídas. Havia um grande mercado, em frente ao palácio, que atraía, de muito longe, compradores e vendedores de mercadorias e escravos. Elejigbô vivia com pompa entre suas mulheres e servidores. Músicos cantavam seus louvores. Quando falava-se dele, não se usava seu nome jamais, pois seria falta de respeito. Era a expressão Kabiyesi, isto é, Sua Majestade, que deveria ser empregada. Ao cabo de alguns anos, Awoledjê voltou. Ele desconhecia, ainda, o novo esplendor de seu amigo. Chegando diante dos guardas, na entrada do palácio, Awoledjê pediu, familiarmente, notícias do“Comedor-de-inhame-pilado”. Chocados pela insolência do forasteiro, os guardas gritaram: “Que ultraje falar desta maneira de Kabiyesi! Que impertinência! Que falta de respeito!”
E caíram sobre ele dando-lhe pauladas e cruelmente jogaram-no na cadeia.
Awoledjê, mortificado pelos maus tratos, decidiu vingar-se, utilizando sua magia. Durante sete anos a chuva não caiu sobre Ejigbô, as mulheres não tiveram mais filhos e os cavalos do rei não tinham pasto. Elejigbô, desesperado, consultou um babalaô para remediar esta triste situação. “Kabiyesi, toda esta infelicidade é consequência da injusta prisão de um dos meus confrades! É preciso soltá-lo, Kabiyesi! É preciso obter o seu perdão!” Awoledjê foi solto e, cheio de ressentimento, foi-se esconder no fundo da mata. Elejigbô, apesar de rei tão importante, teve que ir suplicar-lhe que esquecesse os maus tratos sofridos e o perdoasse. “Muito bem! – respondeu-lhe. Eu permito que a chuva caia de novo, Oxaguiã, mas tem uma condição: Cada ano, por ocasião de sua festa, será necessário que você envie muita gente à floresta, cortar trezentos feixes de varetas. Os habitantes de Ejigbô, divididos em dois campos, deverão golpear-se, uns aos outros, até que estas varetas estejam gastas ou quebrem-se”. Desde então, todos os anos, no fim da sêca, os habitantes de dois bairros de Ejigbô, aqueles de Ixalê Oxolô e aqueles de Okê Mapô, batem-se todo um dia, em sinal de contrição e na esperança de verem, novamente, a chuva cair. A lembrança deste costume conservou-se através dos tempos e permanece viva, tanbém, na Bahia. Por ocasião das cerimônias em louvor a Oxaguiã, as pessoas batem-se umas nas outras, com leves golpes de vareta… e recebem, em seguida, uma porção de inhame pilado, enquanto Oxaguiã vem dançar com energia, trazendo uma mão de pilão, símbolo das preferências gastronômicas do Orixá “Comedor-de-inhame-pilado.” Exê ê! Baba Exê ê!
Houve um tempo em que os orixás viviam do outro lado do oceano. Mas depois tiveram que vir para o lado de cá, para acompanhar seus filhos que foram trazidos como escravos. Assim vieram todos e assim veio Oxaguian. Oxaguian veio boiando na superfície do mar, navegando no tronco flutuante de uma árvore. A travessia durou muito tempo, mais de um ano. Foi nessa viagem que Oxaguian conheceu Iemanjá, que era dona do próprio mar em que viajava Oxaguian. Logo se conheceram e logo se gostaram. Oxaguian era moço, forte, corajoso; Iemanjá era mulher bonita destemida e sedutora. Iemanjá engravidou de Oxaguian e nove meses depois deu a luz à um menino, que já nasceu valente e forte, querendo guerrear. Mais tarde chamaram o menino de Ogunjá, porque o guerreiro gostava de comer cachorro. Sempre que ia à guerra, a mãe o acompanhava e então todos a chamavam Iemanjá Ogunté. Oxaguian, Ogunté e Ogunjá formam uma família de guerreiros. E eles são muitos festejados no Brasil.

Eis o Senhor do Dia, o Orixà do progresso e da cultura, o Orixà da vida e também da efervescência da vida, da discussao, da guerra e do avanço, da estratégia, da inteligência, do branco, do claro, do positivo e do masculino!! Orixà moço, Oxalá criança, às vezes adolescente, não passando do jovem adulto Ajagunan!! Brinda o Universo com vida, com energia, com o lúdico e com a guerra e a cultura. Traz o Dia, traz o tempo, traz a evoluçao e o ritmo!
Este controvertido Orixà, apenas superado em controvérsia por Exù, já traz os paradoxos em sua criação. Pois para alguns ele é filho de Oxalà com Yemanjá, mas na grande maioria da cultura este Orixà é o próprio Oxalá, em idades mais tenras! Quando sua missao era outra que apenas a administraçao da Criação, mas sim a de lançá-la, de construí-la e de fazê-la possível! A natureza destes dois aspectos do mesmo Orixà é tao distinta e paradoxalmente semelhante, que ao mesmo tempo que o separa em dois Orixàs distintos, os une no mesmo Orixà ao final da compreensão do momento, missão e natureza deste Orixanlà (Supremo Orixà)!
Este Orixà é nascido do Odù Eji-Ogè, do primeiro alento de vida de Olorùn (Deus), com ele véio o dia primordial e consigo a vida! À ele Olorùn confiou a vida, o dia e a criaçao! Que não pôde realizar só, senão com a ajuda de sua irmã Odudua, nascida logo a seguir pelo Odù Oyekù e o surgimento da sombra emergida do brilho do dia e da vida, trazendo consigo a noite, o feminino, a morte. Ambos terminaram sob as ordens de Olorùn a Criação dos 9 mundos e do Aiyé (o mundo manifesto) e todos os seus habitantes, tendo como dinamizador desta relação o terceiro Orixà mais velho: Exù (esfera), aquele que faz girar o Axé destes dois princípios e que assim cria os caminhos possíveis para a realização do plano divino
Conta uma lenda que, após espalhada a terra pela galinha de pata com cinco garras, desceram os Orixàs para construírem o Aiyé, vieram antes de todos Ogyan e Ogun. Trabalharam arduamente construindo o mundo, quando a espada de cristal de Ogyan se rompe sob o peso da terra e da pedra. Era o instrumento celestial de Oxalà frágil para lidar com a rude matéria. Sem saber como continuar, veio Ogun que havia presenciado o ocorrido, e ofereceu à Oxalà sua própria espada para q Oxalà continuasse a trabalhar. Enquanto Ogun continuou com as próprias mãos!! Devido a isso Ogun goza de eterno prestígio com Oxanguian, que sempre o abençoa em todo os seus empreendimentos e trabalhos! Há uma relaçao muito íntima, sem dúvida entre Ogun e Ogyan, tanto que muitos devotos e até mesmo sacerdotes o confundem com uma “qualidade branca” de Ogun… somente o desconhecimento para levar a esta proposiçao, haja visto que o grande Ogun é um ébora, enquanto Ogyan é um Irunmonlè!…
Ogyan divide com Ogun algumas regências, como a guerra, o espírito de luta e o progresso cultural e tecnológico. No entanto são dois Orixàs absolutamente distintos, ainda q companheiros.
Ogyan é em si o Orixà da Vida, do Dia, do Masculino, da Guerra e do Progresso! Enquanto Ogun, primordialmente, era o Orixà da caça. Que deixou para seu irmão mais novo Oxóssi, enquanto foi se ocupar de “ganhar o mundo”. Com a ajuda de Ifà descobriu o FERRO e como manipulá-lo, era este o material que “ganharia o Mundo”, assim o metal seria o elemento mais necessário e mais respeitado neste plano de matéria, sempre rivalizando com o fogo sua hegemonia (donde se tira sua eterna rivalidade e contenda com seu irmao Xangô, o fogo). Quando descobriu o FERRO todos os Orixàs invejaram a descoberta de Ogun. No entanto, nem o próprio Ogun sabia exatamente o valor de tal descoberta. Foi sua parceria com Ogyan que o fez descobrir até em que extremo ele saberia explorar todo o valor desta descoberta. Pois Ogyan o estrategista efervescente, colocou Ogun para confeccionar todos os instrumentos que inventava!

! E assim Ogun e Oxalá produziram todos os instrumentos de labor, de cultivo, construção e também de guerra!! Sendo assim Ogun, o Orixà do Ferro, se tornou também um dos patronos da construção, do progresso, do trabalho, da agricultura e da guerra! Ainda se pode ver, em suas danças místicas, Ogun fazendo uso dos instrumentos que confeccionou, ao mesmo tempo que se pode ver, nas danças míticas, Ogyan apresentando cada instrumento criado por seu inventivo intelecto: A espada, a Lança, o Escudo, oEm outras lendas temos Oyà, mesmo no castelo de Xangô, sopra o fogo na forja de Ogun, para que ele possa confeccionar mais rápido a demanda de Ogyan de armas e utensílios para que este possa usar em suas batalhas! Tanto que ventos fortes e furacoes são tidos como prenúncios de guerra, pois seria o poderoso e apressado sopro de Oyà para acelerar uma enorme produção de armas para a guerra de Ogyan!
Assim sendo, Ogyan é o Orixà da Guerra, enquanto Ogun é um de seus patronos e um grande general de batalha! A distinção dos dois giraria na mesma distinção entre o Ares e a Atenas gregos, ambos deuses da guerra, tendo distinção na forma de guerrearem e da natureza do combate. Ogun e Ares (grego) são viscerais, sao furiosos, lutam corpo a corpo, brandindo sua espada com poderosa e inumana força, destroçando tudo o que estiver em seu caminho de guerreiro, sem muita distinção e discernimento, é o calor da batalha, a cegueira da fúria, o gosto pela violência e pela força, junto consigo está a companhia das forças mais obscuras do Universo, assim como Ares vem junto phobbos (medo), entre outras divindades obscuras e até mesmo demoníacas, Ogun vem acompanhado de Ikù (a morte) entre outras divindades terríveis!… Ogun furioso é uma força indomável e absolutamente terrível, contrastando com seu caráter humilde, reto e justo de trabalhador honesto e incansável quando está trabalhando diligentemente. Tanto que é um Orixà de justiça, muito severo, mas reto e verdadeiro. É um grande Orixà!!  pilao!…
Ogyan, assim como a Atenas grega, é um Orixà do gosto pela batalha como depuradora de verdades e otimizadora de progressos!! Possui o gosto pelo debate, pelo combate das idéias e dos conceitos em busca de uma síntese mais perfeita, é o criador da luta entre a tese e a antítese, em busca de uma superior síntese, que novamente será posta à prova, e assim incessantemente até chegar à perfeiçao que este Orixà almeja! É isto, ou NADA!! Assim configurando mais um aspecto de seu caráter dado a extremos! Ogyan gosta da luta, do confronto entre idéias e ideais, entre técnicas, entre modos, caminhos e objetivos para que assim ao final surja algo mais limpo, mais reto, mais claro, mais progredido! Não suporta em si o calor da batalha, nem a confusão em si, a violência, despreza a barbárie (é um Orixà da cultura e do progresso), a desonra, a covardia, o medo, tudo isso ele ignora. Mas se regozija da guerra quando esta consegue trazer a evolução e a depuração necessárias para que a vida cresça e ascenda a outro patamar de cultura e compreensão! A confusão e a guerra, é um instrumento que Ogyan utiliza para que faça saltar a verdade, e assim, uma vez liberta, que a justiça e o progresso se façam!! Um Orixà que busca trazer o valor à tona, utilizando de momentos de extremos, para que o vício ou a virtude se apresentem. É o brilho do dia, que com seu esplendor força os contrastres ao extremos clareando e definindo tudo! É a visão e a verdade! Nenhuma dissimulaçao ou meia-verdade resiste ao vigor de seu brilho que define as naturezas e traz à tona as verdades.
É um Orixà de estratégia, deixando o campo de batalha para seu companheiro Ogun, que se compraze com a violência do campo de batalha. Sendo assim Ogyan é o general e Ogun seu direto imediato! A Ogyan cabe os respeitos e a honra! Tanto que além da saudação digna aos Oxalàs: “Exe ê!” e “Epa Babà”, também exige o “Kabiesyi!” digno dos Reis!!
Ogyan é o inventor e Ogun seu artesão! Ambos espírito e técnica são invencíveis!! Sua parceria é algo tao íntimo que encontramos em diversas lendas a união dos dois! Em outra lenda mostra a natureza extrema de Ogyan e como foi importante a parceria com Ogun para encontrar um ponto de equilíbrio:
Ogyan sentia fortes dores de cabeça, pois seu Orì era demasiado branco! Era um excesso de vida e atividade, pediu auxílio e encontrou Ikù, que lhe disse que poderia resolver este seu problema, desta demasiada claridade, assim Ikù atirou sobre o Orì de inhame branco de Ogyan uma grande quantidade de Ossum, o que tornou a cabeça agora azul-marinha quase negra! Ogyan que sofria de imensas dores de cabeça devido à extrema claridade, agora era assombrado pelas trevas de Ikù (a morte). Uma extrema depressão e fobia tomou conta dele! Perambulando perdido pelas ruas, encontrou Ogun, que com seu Obè (espada) misturou os dois ingredientes (yan- inhame pilado e ossum) tornando a cabeça de Ogyan uma mistura das duas – branca e azul! Assim Ogyan pôde viver e prosperar, tendo sempre ao seu lado o seu fiel companheiro Ogun!

Esta lenda pode-se entrever a natureza extrema deste Orixà, às vezes muito branco, às vezes quase negro!! Ele nasceu de Eji-Ogbè (Eji-Onilé para o Merindilogun) um Odù de extremos! Às vezes os filhos de Ogyan, como é comum para os filhos de Oxalà, devido justamente à extrema brancura, sofrem de rinites, sinusites e outras alergias naturais à uma cabeça muito branca, assim como também a fotofobia, que a lenda relata. Também sabe-se que seu comportamento é de extremos, e muitas vezes após a sua disposição extrema até quase maníaca, eles caem depois em uma grande fadiga ou até mesmo depressão… Vão ao céu e ao inferno praticamente no mesmo dia. Mais uma vez os extremos da lenda. E os fantasmas, as situaçoes obscuras e mal-resolvidas, são os agentes de maior perturbação para seu filhos, que não suportam não discernir e resolver por completo uma situação. Necessitam sempre deixar tudo às claras!! Assim as trevas (as sombras) são o que lhes deprime e atemoriza! Assim, como é comum à todos os Oxalàs, não pode se ver manchado. Quando digo manchado me refiro ao “manchar o alà branco com dendê…”! Ou seja, manchar a reputaçao!!E outro ponto muito interessante ainda a ser explorado nesta lenda é a questao do trabalho ser o ponto de equilíbrio para o Orì de Ogyan, assim como o afiado discernimento!
Quando aparece Ogun e com sua espada mistura harmoniosamente as duas tendências, na verdade Ogun e a espada são símbolo do trabalho e do progresso, assim como da batalha. Somente o trabalho pode reunir as duas tendências extremistas de Ogyan para um ponto em comum de progresso e saúde, que é o trabalho. A necessidade de Ikù participar da formação da cabeça de Ogyan é porque os filhos de Ogyan sem temores, angústias e questões a elucidar não se movem, e assim ficam se ressentindo de tanto talento armazenado e não explorado! É a uniao da motivação, do talento, com a necessidade e a angústia o que faz eles se moverem!! Mas apenas a espada, ou seja, o discernimento afiado, que os filhos de Ogyan possuem por excelência, é que fará com que consigam aplicar tudo isto de modo equilibrado, saudável e proveitoso!! 
E isto será aplicado no trabalho, ou na batalha, fazendo emergir o valor, o novo, a virtude ou o vício, tudo para limpar o caminho e trazer o progresso! E como meta última, a perfeiçao! Não é necessário dizer que os filhos de Ogyan são perfeccionistas natos, e não perdoam a sua obra até atingirem a perfeição… nunca estará bom para eles, até que lhes pareça perfeito… Toda a obra para eles será sempre apenas um ensaio, a próxima será melhor, e talvez, a definitiva… Para um Orixà do progresso nunca existe a obra definitiva… e assim caminharão até à perfeição!
São, como todos os Oxalàs, altivos ao mesmo tempo que humildes. Existem muitas “qualidades” ou muitos Orixàs sob esta classificação… não pretendo aqui discorrer sobre todas que seriam um grande número… com todas as suas multifaces e idiossincrasias. Basta tentar classificar as maiores tendências.
Existe uma diferença em muitas casas que definem os Ogyans que portam pilão, e os Ogyans que portam espada. Assim os que portam o pilão seriam doces, progressistas e sociàveis, equilibrados. Enquanto os que portam espada seriam os desafiadores, os “encrenqueiros”, de humor instável e severos progressistas! No entanto ainda sabe-se que em outras casas, todos portam tanto uma quanto a outra, sendo apenas momentos do Orixà… e devendo ser acompanhado para buscar sempre estar equilibrando o Orixà. Alguns Ogyans no entanto são mais infantis que outros, outros são mais guerreiros e dados à batalhas, e assim vai, dependendo do aspecto do Ogyan correspondente. Em comum todos possuem uma alegria inesgotável, um vigor invejável, uma mente brilhante e afiada, um discurso ainda mais reluzente e afiado! Uma mente criativa e por demais inventiva! Uma coragem de propósitos inigualável e uma rebeldia nata. A inconformidade é seu traço mais comum, para todos o bom pode ainda ficar melhor, e lutarão por isso!! Quado saciarem esta fome de perfeição, encontrarão a maturidade e a paz que no fundo é o que mais desejam…



Seu nome Oxanguian vem de uma lenda, em que o senhor de Ejigbô, este mesmo Orixà, gostava muito de comer inhame pilado, de tal modo que inventou o pilao, para que ficasse mais fácil de produzir sua comida predileta. Assim o chamaram, seus amigos de Oxanguian, que significa, Orixà comedor de inhame pilado!
Um dia Awoledjé, seu babalawó resolve partir em peregrinaçao após lhe dar sábios conselhos sobre como dirigir sua cidade recém conquistada. E realmente Ejigbó tornou-se a grande cidade que Awoledjé previra: Com grandes muralhas, grandes construções, luxo, exércitos, etc, etc, todo o luxo que um grande reino exigia. Awoledjé quando retornou mal reconheceu a cidade. E chegando aos porteiros da cidade pediu para ver o “comedor de inhames”, bastou para que os soldados ficassem absolutamente indignados com o tratamento desrespeitoso do forasteiro em relaçao ao seu querido Rei. E então, após surrá-lo bastante, o prenderam na masmorra mais fétida que havia. Muito triste com o tratamento recebido pela cidade que havia ajudado a fundar, Awoledjé invocou um encanto que trouxe a esterilidade e a seca para Ejigbó. Passado uns anos reinar estava impraticável… então ogyan pediu para os adivinhos descobrirem o q se passava com seu reino. E Ifà lhes diz que um amigo foi preso injustamente em seu reino! Imediatamente Elejigbó pede para repassarem todos os veredictos do reino e é quando reencontra seu amigo Awoledjé, transfigurado pelos maus tratos recebidos. Oxanguian estava desconsolado… como ele podia ter feito isto ao amigo?? Imediatamente manda lavarem Awoledjé, o alimentarem com as melhores comidas, vesti-lo de branco (traje de honra) e após todo o tratamento convence a Awoledjé que retire o encantamento que secava o seu povo. Awoledjé aceita, mas impôs uma única condiçao: Todos os anos, no fim da seca, deverão todos os habitantes de Ejigbó dividirem-se em duas tribos que deveram golpear-se com varetas de madeira até estas se quebrarem! E é assim que até os dias atuais Ejigbó nesta época se dividem os bairros de Ixalê Oxolô e Okê Makpo para golpearem-se até quebrarem-se todas as varetas! Esperando que a chuva caia e a fertilidade retorne.
Esta lenda demonstra mais uma característica, além de Ogyan portar as armas acima referidas, também porta o Irukeré (rabo de cavalo branco) símbolo de sua realeza! E também a vareta de amoreira… demonstrando que possui também uma forte ligaçao e regència sobre os mortos… Ogyan, o Orixà da vida por excelência, também é o Orixà da vida após a vida! Sendo assim rege os mortos e sua lembrança viva…
Na natureza encontramos Ogyan no camaleão, nos primeiros raios do Dia, assim como no dia todo. Também encontramos seu axé em tudo o que é branco e puro, assim como também nas águas, sobretudo nos gêisers, fontes de águas termais e quentes! Pois ele é a água e o fogo do início dos tempos, a água vulcânica que presenciou a criação do mundo e criou a atmosfera, o ar, que gerou a vida neste planeta!!
Ogyan é tanto o Orixà da vida que é muito comum ser um Orixà favorito dos sacerdotes anciãos, pois ele é sempre o prenúncio de mais vida! Onde entra um omorixá de Ogyan, a vida se renova, o tempo de vida se prolonga, as atividades retomam força, os objetivos se redefinem ou se discernem melhor os ideais. Há um reavivamento em tudo!! E também o famoso lorogùm… aquele que limpa e define as coisas… o brilho afiado de Ogyan que define tudo, que exalta os ânimos, os vícios e as virtudes, que traz à tona à verdade, e os contrastes, colocando tudo em seu devido lugar. Nada mais se paira à sombra, o dia chegou!!Tanto que em algumas casas, antes de se fazer um Ogyan busca-se acalmar sua cabeça de Lorogum.
Saudemos então o grande senhor da vida! Salve o grande guerreiro branco que desconhece à derrota! Saudemos ao amanhecer do dia, quando surgirem os primeiros raios de vida e de luz!!
“Exeu ê! Epa Babà!! Kabiesy Oxanguian!!”
Axé!!
´No gege,nago,cabinda e outras nações conhecido como Oxalá  Moquexe ou ainda Oxalá Moço,em outras nações, seu nome é Oxaguiã 
Dia: Sexta-feira,no gege,nago,cabinda e outras nações seu dia é a quarta -feira
Cores: Prata, Branco, Azul,ou ainda assim como Orumilá o preto e branco
Simbolo: espada, escudo, mão de pilão, atori (vara)
Saudação: Exeu ê! Epa Babà!! Kabiesy Oxanguia




                                     

IBEJIS:

Ibeji é o Orixá-Criança, em realidade, duas divindades gémeas infantis, ligadas a todos os orixás e seres humanos.

Por serem gémeos, são associados ao princípio da dualidade; por serem crianças, são ligados a tudo que se inicia e nasce: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas, etc.
Ibeji na nação Ketu, ou Vunji nas nações Angola e Congo. É o Orixá Erê, ou seja, o Orixá criança. É a divindade da brincadeira, da alegria; a sua regência está ligada à infância.
Ibeji está presente em todos os rituais do Candomblé pois, assim como Exú, se não for bem cuidado pode atrapalhar os trabalhos com as suas brincadeiras infantis, desvirtuando a concentração dos membros de uma Casa de Santo. É o Orixá que rege a alegria, a inocência, a ingenuidade da criança. A sua determinação é tomar conta do bebé até à adolescência, independentemente do Orixá que a criança carrega.
Ibeji é tudo o que existe de bom, belo e puro; uma criança pode-nos mostrar o seu sorriso, a sua alegria, a sua felicidade, o seu falar, os seus olhos brilhantes. Na natureza, a beleza do canto dos pássaros, nas evoluções durante o vôo das aves, na beleza e perfume das flores.

A criança que temos dentro de nós, as recordações da infância. Feche os olhos e lembre-se de um momento feliz, de uma travessura, e você estará a viver ou revivendo uma lenda deste Orixá. Pois tudo aquilo de bom que nos aconteceu na nossa infância, foi regido, gerado e administrado por Ibeji. Portanto, Ibeji já viveu todas as felicidades e travessuras que todos nós, seres humanos, vivemos.
A lenda e a história de Ibeji, acontece a cada momento feliz de uma criança. Ao menos para manter vivo este importante Orixá, procure dar felicidade a uma criança. Faça você mesmo o encantamento de Ibeji. É fácil: faça gerar dentro de si a felicidade de estar vivo. Transmita esta felicidade, contagie o seu próximo com ela. Encante Ibeji com a magia do sorriso, com o amor de uma criança. E seja Ibeji, feliz!

Características dos filhos de Ibeji

Os filhos de Ibeji são pessoas com temperamento infantil, jovialmente inconsequentes; nunca deixam de ter dentro de si a criança que já foram. Costumam ser brincalhões, sorridentes, irrequietos – tudo, enfim, o que se possa associar ao comportamento típico infantil.
Muito dependentes nos relacionamentos amorosos e emocionais em geral, podem revelar-se teimosamente obstinados e possessivos. Ao mesmo tempo, a sua leveza perante a vida revela-se no seu eterno rosto de criança e no seu modo ágil de se movimentar, a sua dificuldade em permanecer muito tempo sentado, extravasando energia.
Podem apresentar bruscas variações de temperamento, e uma certa tendência a simplificar as coisas, especialmente em termos emocionais, reduzindo, às vezes, o comportamento complexo das pessoas que estão em seu torno a princípios simplistas como “gosta de mim – não gosta de mim”. Isso pode fazer com que se magoem e se decepcionem com alguma facilidade.
Ao mesmo tempo, as suas tristezas e sofrimentos tendem a desaparecer com facilidade, sem deixar grandes marcas. Como as crianças, em geral, gostam de estar no meio de muita gente, das atividades desportivas, sociais e das festas.
http://ocandomble.wordpress.com/os-orixas/ibeji


Lendas de Ibeji

Existiam num reino dois pequenos príncipes gêmeos que traziam sorte a todos. Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles; em troca, pediam doces balas e brinquedos. Esses meninos faziam muitas traquinagens e, um dia, brincando próximo a uma cachoeira, um deles caiu no rio e morreu afogado.
Todos do reino ficaram muito tristes pela morte do príncipe. O gêmeo que sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu irmão, pedia sempre a Orumilá que o levasse para perto do irmão.
Sensibilizado pelo pedido, Orumilá resolveu levá-lo para se encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas imagens de barro. Desde então, todos que precisam de ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus pedidos atendidos
Iansã e Xangô tiveram dois filhos gêmeos. Só que, quando eles ainda eram pequenos, houve uma epidemia que matou muitas crianças do povo, e um dos gêmeos morreu. Os pais ficaram desesperados e Iansã, como é amiga dos Eguns, resolveu pedir sua ajuda. Esculpiu um boneco de madeira igual ao filho que havia morrido, vestiu-o e enfeitou-o como se fosse para uma festa e colocou-o no lugar de honra da casa. Todos os dias ela colocava uma oferenda aos pés da imagem e conversava com ela como se fosse seu filho vivo. Comovidos com seu amor pela criança, os Orixás fizeram a estátua viver e Iansã voltou a ter seus dois filhos.
Fonte das Lendas: http://www.lendas.orixas.nom.br
Dia da Semana: Domingo ou sabádo pra oxum de ibejis e terça pra xangô de Ibejis
Cores: Azul, Rosa e Verde
Elemento: Ar
Domínios: Nascimento e Infância
Símbolos: 2 Bonecos Gémeos, 2 Cabacinhas

Saudação: Omi Beijada!



Nanã-burukum

                                     
Nanã - burukumNanã, a deusa dos mistérios, é uma divindade de origem simultânea à criação do mundo, pois quando Odudua separou a água parada, que já existia, e liberou do “saco da criação” a terra, no ponto de contato desses dois elementos formou-se a lama dos pântanos, local onde se encontram os maiores fundamentos de Nana.
Senhora de muitos búzios, Nana sintetiza em si morte, fecundidade e riqueza. O seu nome designa pessoas idosas e respeitáveis e, para os povos Jeje, da região do antigo Daomé, significa “mãe”. Nessa região, onde hoje se encontra a República do Benin, Nana é muitas vezes considerada a divindade suprema e talvez por essa razão seja frequentemente descrita como um orixá masculino.
Sendo a mais antiga das divindades das águas, ela representa a memória ancestral do nosso povo: é a mãe antiga (
Iyá Agbà) por excelência. É mãe dos orixás Iroko, Obaluaiê e Oxumaré, mas por ser a deusa mais velha do candomblé é respeitada como mãe por todos os outros orixás.
A vida está cercada de mistérios que ao longo da História atormentam o ser humano. Porém, quando ainda na Pré-História, o homem se viu diante do mistério da morte, em seu âmago irrompeu um sentimento ambíguo. Os mitos aliviavam essa dor e a razão apontava para aquilo que era certo no seu destino.
A morte faz surgir no homem os primeiros sentimentos religiosos, e nesse momento Nana faz-se compreender, pois nos primórdios da História os mortos eram enterrados em posição fetal, remetendo a uma ideia de nascimento ou renascimento. O homem primitivo entendeu que a morte e a vida caminham juntas, entendeu os mistérios de Nana.
Nana é o princípio, o meio e o fim; o nascimento, a vida e a morte.
Ela é a origem e o poder. Entender Nana é entender o destino, a vida e a trajectória do homem sobre a terra, pois Nana é a História. Nana é água parada, água da vida e da morte.
Nana é o começo porque Nanã é o barro e o barro é a vida. Nana é a dona do axé por ser o orixá que dá a vida e a sobrevivência, a senhora dos ibás que permite o nascimento dos deuses e dos homens.
Nana pode ser a lembrança angustiante da morte na vida do ser humano, mas apenas para aqueles que encaram esse final como algo negativo, como um fardo extremamente pesado que todo o ser carrega desde o seu nascimento. Na verdade, apenas as pessoas que têm o coração repleto de maldade e dedicam a vida a prejudicar o próximo se preocupam com isso. Aqueles que praticam boas ações vivem preocupados com o seu próprio bem, com a sua elevação espiritual e desejam ao próximo o mesmo que para si, só esperam da vida dias cada vez melhores e têm a morte como algo natural e inevitável. A sua certeza é a imortalidade da sua essênciaNana, a mãe maior, é a luz que nos guia, o nosso quotidiano. Conhecer a própria vida e o próprio destino é conhecer Nana, pois os fundamentos dos orixás e do Candomblé estão ligados à vida. A nossa vida é o nosso orixá.
É na morte, condição para o renascimento e para a fecundidade, que se encontram os mistérios de Nana. Respeitada e temida, Nana, deusa das chuvas, da lama, da terra, juíza que castiga os homens faltosos, é a morte na essência da vida.


Qualidades do Orixá Nanã

Nanã Abenegi: Dessa Nanã nasceu o Ibá Odu, que é a cabaça que traz Oxumarê, Oxossi Olodé, Oya e Yemanjá.
Nanã Adjaoci ou Ajàosi: É a guerreira e agressiva que veio de Ifé, às vezes confundida com Obá. Mora nas águas doces e veste-se de azul.
Nanã Ajapá ou Dejapá: É a guardiã que mata, vive no fundo dos pântanos, é um Orixá bastante temido, ligado a lama, a morte, e a terra. Veio de Ajapá. Está ligada aos mistérios da morte e do renascimento. Destaca-se como enfermeira; cuida dos velhos e dos doentes, toma conta dos moribundos. Nela predomina a razão.
Nanã Buruku ou Búkùú: Também é chamada Olú waiye (senhora da terra), ou Oló wo (senhora do dinheiro) ou ainda Olusegbe. Este Orixá veio de Abomey; ligado à água doce dos pântanos, usa um ibirí azul.
Nanã Obaia ou Obáíyá: É ligada a água e a lama. Mora nos pântanos; usa contas cristal vestes lilás e veio do país Baribae.
Nanã Omilaré: É a mais velha, acredita-se ser a verdadeira esposa de Oxalá. Associada aos pântanos profundos e ao fogo. É a dona do universo, a verdadeira mãe de Omolu Intoto. Veste musgo e cristal.
Nanã Savè: Veste-se de azul e branco, e usa uma coroa de búzios.
Nanã Ybain: É a mais temida. Orixá da varíola. Usa cor vermelha, é a principal, come directo na lagoa, dando origem a outros caminhos. Para chamá-la, a ekeji tem que ir batendo com seus otás para fazê-la pegar suas filhas.
Nanã Oporá: Veio de Ketu, coberta de òsun vermelho. É a mãe de Obaluaiyê, ligada a terra, temida, agressiva e irascível.
Nanã Xalá: Muito ligada ao Branco e a Oxalá.
Teremos ainda outros nomes, títulos ou qualidades: Inselè, Sùsùré, Elegbé, Bíodún, ìkúrè, Asaiyó, etc, provavelmente.
Fonte: http://ocandomble.wordpress.com/os-orixas/nana

Lendas de Nanã

Em sua passagem pela Terra, foi a primeira Iyabá e a mais vaidosa, razão pela qual segundo a lenda, desprezou o seu filho primogénito com Oxalá, Omolú, por ter nascido com várias doenças de pele. Não admitindo cuidar de uma criança assim, acabou por o abandonar no pântano. Sabendo disso, Oxalá condenou-a a ter mais filhos, os quais nasceriam todos com alguma deformação física (Oxumaré, Ewá e Ossaim), e baniu-a do reino, ordenando-lhe que fosse viver no mesmo lugar onde abandonou o seu filho, no pântano.
Nanã tornou-se uma das Iyabás mais temidas, tanto que em algumas tribos quando o seu nome era pronunciado, todos se jogavam ao chão. Senhora das doenças cancerígenas, está sempre ao lado do seu filho Omolú. É protectora dos idosos, desabrigados, doentes e deficientes visuais.
Olorun enviou Nana e Oxalá para viverem na Terra e criarem a humanidade. Os dois foram dotados de grandes poderes para desempenharem essa tarefa, mas somente Nana tinha o domínio do reinado dos eguns, e guardava esses segredos, bem como o da geração da vida, em sua cabaça.
Oxalá não se conformava com esta situação, queria poder compartilhar desses segredos. Tentava agradar sua companheira com oferendas para convencê-la a revelar seu conhecimento.
Nana, sentindo-se feliz com as atitudes de Oxalá, decide mostrar-lhe egun, mas apenas ela era reconhecida nesse reinado.
Certa vez, enquanto Nanan trabalhava com a lama, Oxalá, disfarçando-se com as roupas dela, foi visitar egun, sem lhe pedir autorização.
Quando Nanan, sentiu a falta de Oxalá e de sua própria vestimenta, teve certeza de que ele havia invadido o seu reinado, atraiçoando-a gravemente. Enfurecida com a descoberta, resolveu fechar a passagem do mundo proibido, deixando Oxalá preso.
Enquanto isso, Oxalá caminhava no reinado de Nana, tentando descobrir seus mistérios, mas apenas ela conseguia comunicar-se com os eguns.
Egun, sempre envolto em seus panos coloridos, não tinha rosto, nem voz. Oxalá, usando um pedaço de carvão, criou um rosto para ele, como já havia feito com os seres humanos, e, com seu sopro divino, abriu-lhe a fala. Assim, ele conseguiu desvendar os segredos que tanto queria, mas, quando se deu conta, viu que não conseguia achar a saída.


Nana não sabia o que fazer, por isso fechou a passagem para mantê-lo preso até encontrar uma forma de castigá-lo. Contou a Olorun sobre a traição de Oxalá, que não aprovou a atitude de ambos. Nana errou ao revelar a Oxalá os segredos que o próprio Olorun lhe confiara. Para castigá-la, tomou o seu reinado e o entregou a Oxalá, pois ele desempenhara melhor a tarefa de zelar pelo eguns. Oxalá também foi castigado, pois invadiu o domínio de um outro orixá. Daquele dia em diante, Oxalá seria obrigado a usar as roupas brancas de Nanan, cobrindo o seu rosto com um chorão, que somente as iyabás usam.
Dizem que quando Olorum encarregou Osalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o Òrìsà tentou vários caminhos. Tentou fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra, mas ainda a tentativa foi pior. Fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada. Foi então que Nanã veio em seu socorro e deu a Osalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama sob as águas, que é Nanã. Osalá criou o homem, o modelou no barro. Com o sopro de Olorum ele caminhou. Com a ajuda dos òrìsà povoou a Terra. Mas tem um dia que o homem tem que morrer. O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à natureza de Nanã. Nanã deu a matéria no começo mas quer de volta no final tudo o que é.

No inicio dos tempos os pântanos cobriam quase toda a terra. Faziam parte do reino de Nanã Buruquê e ela tomava conta de tudo como boa soberana que era. Quando todos os reinos foram divididos por Olorun e entregues aos orixás uns passaram a adentrar nos domínios dos outros e muitas discórdias passaram a ocorrer. E foi dessa época que surgiu esta lenda. Ogum precisava chegar ao outro lado de um grande pântano, lá havia uma séria confusão ocorrendo e sua presença era solicitada com urgência. Resolveu então atravessar o lamaçal para não perder tempo. Ao começar a travessia que seria longa e penosa ouviu atrás de si uma voz autoritária: – Volte já para o seu caminho rapaz! – Era Nanã com sua majestosa figura matriarcal que não admitia contrariedades – Para passar por aqui tem que pedir licença! – Como pedir licença? Sou um guerreiro, preciso chegar ao outro lado urgente. Há um povo inteiro que precisa de mim. -Não me interessa o que você é e sua urgência não me diz respeito. Ou pede licença ou não passa. Aprenda a ter consciência do que é respeito ao alheio. Ogum riu com escárnio: – O que uma velha pode fazer contra alguém jovem e forte como eu? Irei passar e nada me impedirá! Nanã imediatamente deu ordem para que a lama tragasse Ogum para impedir seu avanço. O barro agitou-se e de repente começou a se transformar em grande redemoinho de água e lama. Ogum teve muita dificuldade para se livrar da força imensa que o sugava. Todos seus músculos retesavam-se com a violência do embate. Foram longos minutos de uma luta sufocante. Conseguiu sair, no entanto, não conseguiu avançar e sim voltar para a margem. De lá gritou: -Velha feiticeira, você é forte não nego, porém também tenho poderes. Encherei esse barro que chamas de reino com metais pontiagudos e nem você conseguirá atravessa-lo sem que suas carnes sejam totalmente dilaceradas. E assim fez. O enorme pântano transformou-se em uma floresta de facas e espadas que não permitiriam a passagem de mais ninguém. Desse dia em diante Nanã aboliu de suas terras o uso de metais de qualquer espécie. Ficou furiosa por perder parte de seu domínio, mas intimamente orgulhava-se de seu trunfo: – Ogum não passou!

Dia Consagrado: 26 de Julho
Sincretismo: Santa ana / Sant’ana / Santana

CoresAnil, Branco e Roxo
Símbolo: Bastão de hastes de palmeira (Ibiri)
Elemento: Terra, Água, Lodo
Domínios: Vida e Morte, Saúde e Maternidade
Saudação: Salubá!


OXALÁ:

OXALÁ é o detentor do poder procriador masculino. Todas as suas representações incluem o branco. É um elemento fundamental dos primórdios, massa de ar e massa de água, a protoforma e a formação de todo o tipo de criaturas no AIYE e no ORUN. Ao incorporar-se, assume duas formas: OXAGUIÃ jovem guerreiro, e OXALUFÃ, velho apoiado num bastão de prata (APAXORÓ). OXALÁ é alheio a toda a violência, disputas, brigas, gosta de ordem, da limpeza, da pureza. A sua cor é o branco e o seu dia é a sexta-feira. Os seus filhos devem vestir branco neste dia. Pertencem a OXALÁ os metais e outras substâncias branca

Em África, todos os Orixás relacionados com a criação são designados pelo nome genérico de Orixá Fun Fun. O mais importante entre todos eles chama-se Orixalá (Òrìsanlà), ou seja, o grande Orixá, que nas terras de Igbó e Ifé é cultuado como Obatalá, rei do pano branco. Eram cerca de 154 Orixás Fun Fun, mas no Brasil e na Europa a quantidade reduz-se significativamente, sendo que dois, Orixá Olùfón, rei de Ifón (Oxalufã) e Orixá Ógìyán, o comedor de inhame e rei de Egigbó (Oxaguiã), se tornaram as suas expressões mais conhecidas.
A designação de Orixá Fun Fun deve-se ao facto de a cor branca se configurar como a cor da criação, guardando a essência de todas as demais. O branco representa todas as possibilidades, a base de qualquer criação. O nome Orisanlá foi contraído e deu origem à palavra Oxalá, e com esse nome o grande Deus-pai passou a ser conhecido no Brasil e na Europa. Todos os Orixás Fun Fun foram reunidos em Oxalá e divididos em várias qualidades das suas duas configurações principais: Òsálufón, Osagiyan, sendo este último, jovem e guerreiro, filho do primeiro mais velho e paciente.
Todas as histórias que relatam a criação do mundo passam necessariamente por Oxalá, que foi o primeiro Orixá concebido por Olodumaré e encarregado de criar não só o universo, como todos os seres, todas as coisas que existiriam no mundo.
A maior interdição de Oxalá é de facto o azeite-de-dendê, que jamais deve macular as suas roupas, os seus objectos sagrados e muito menos o seu Alá. A única coisa vermelha que Oxalá permite, é a pena de Ikodidè, prova de sua submissão ao poder genitor feminino.
O Alá representa a própria criação, está intimamente relacionado com a concepção de cada ser; é a síntese do poder criador masculino. A sua função primeira já remete ao seu significado profundo. A ação de cobrir não evoca somente proteção, zelo, denota a atividade masculina no ato sexual.
No Xirê, Oxalá é homenageado por último porque é o grande símbolo da síntese de todas as origens. Ele representa a totalidade, o único Orixá que, como Exú, reside em todos os seres humanos. Todos são seus filhos, todos são irmãos, já que a humanidade vive sob o mesmo teto, o grande Alá que nos cobre e protege, o céu.
Osolufon, Orixá Olúfon, velho e sábio, cujo templo é em Ifón, pouco distante de Oxogbô. Seu culto permanece ainda relativamente bem preservado nessa cidade tranquila, Um núcleo de sacerdotes, os Ìwèfà méfà (Aájè, A´swa, Olúwin, Gbògbó, Aláta, e Ajíbódù) ligados ao culto de Orixá Olúfón e uns vinte olóyè, os dignitários portadores de títulos, que fazem parte da corte do rei local, Obà Olúfón. Conhecemos alguns Orixás funfun que segundo Verger seriam 154, dos quais citamos alguns: Babá Ifurú; Babá Okim; Babá Akanjáprikú; Babá R’Oko; Babá Efejó; Babá Ajalá; Babá Ajagemo; Babá Olokun.

Características dos filhos de Oxalufã

O tipo físico de OXALUFÃ é frágil, delicado, friorento, sujeito-a resfriados. Compensa sua debilidade física com grande força moral, e seu alvo à realizar a condição humana no que tem de mais nobre. É fiel no amor e na amizade. Oxalufã é o poente.
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Lendas de Oxalufan

Oxalufã era o rei de Ilu-ayê, a terra dos ancestrais, na longínqua África. Ele estava muito velho, curvado pela idade e andava com dificuldade, apoiado num grande cajado, chamado opaxorô.
Um dia, Oxalufã decidiu viajar em visita a seu velho amigo Xangô, rei de Oyó. Antes de partir, Oxalufã consultou um babalaô, o adivinho, perguntando-lhe se tudo ia correr bem e se a viagem seria feliz. O babalaô respondeu-lhe: “Não faça esta viagem. Ela será cheia de incidentes desagradáveis e acabará mal.”
Mas Oxalufã tinha um temperamento obstinado, quando fazia um projeto, nunca renunciava. Disse então ao babalaô: “Decidi fazer esta viagem e eu a farei, aconteça o que acontecer!”
Oxalufã perguntou ainda ao babalaô, se oferendas e sacrifícios melhorariam as coisas. Este respondeu-lhe: “Qualquer que sejam suas oferendas, a viagem será desastrosa.” E fez-lhe ainda algumas recomendações: “Se você não quiser perder a vida durante a viagem, deverá aceitar fazer tudo que lhe pedirem. Você não deverá queixar-se das tristes consequências que advirão. Será necessário que você leve três panos brancos. Será necessário que você leve, também, sabão e limo da costa.”
Oxalufã partiu, então, lentamente, apoiado no seu opaxorô. Ao cabo de algum tempo, ele encontra Exú Elepô, Exú “dono do azeite de dendê”. Exu estava sentado à beira da estrada, com um grande pote cheio de dendê.
_ Ah! Bom dia Oxalufã, como vai a família?, pergunta Exú.
_ Oh! Bom dia Exu Elepô, como vai também a sua?
_ Ah! Oxalufã, ajude-me a colocar este pote no ombro.
_ Sim Exu, sim, sim, com prazer e logo.
Mas de repente, Exu Elepô virou o pote sobre Oxalufã. Oxalufã ficou coberto de azeite e seu pano inutilizável. Exu, contente do seu golpe, aplaudia e dava gargalhadas. Oxalufã, seguindo os conselhos do babalaô, ficou calmo e nada reclamou. Foi limpar-se no rio mais próximo. Passou o limo da costa sobre o corpo e vestiu-se com um novo pano; aquele que usava ficou perto do rio, como oferenda.
Oxalufã retomou a estrada, andando com lentidão, apoiado no seu opaxorô. Duas vezes mais ele encontrou-se com Exu. Uma vez, com Exu Onidú, Exu “dono do carvão”; Outra vez, com Exu Aladi, “dono do óleo do caroço de dendê”. Duas vezes mais, Oxalufã foi vítima das armadilhas de Exu, ambas semelhantes à primeira. Duas vezes mais, Oxalufã sujeitou-se às consequências. Exu divertiu-se às custas dele, sem que conseguisse, contudo, tirar-lhe a calma.
Oxalufã trocou, assim, seus últimos panos, deixando na margem do rio os que usava, como oferenda. E continuou corajosamente seu caminho, apoiado em seu opaxorô, até que passou a fronteira do reino de seu amigo Xangô.
Kawo Kabiyesi, Xangô Alafin Oyó, Alayeluwa! “Saudemos Xangô, Senhor do Palácio de Oyó, Senhor do Mundo!”
Logo, Oxalufã viu um cavalo perdido que pertencia a Xangô. Ele conhecia o animal, pois havia sido ele que, há tempos, lhe oferecera. Oxalufã tentou amansar o cavalo, mostrando-lhe uma espiga de milho, para amarrá-lo e devolvê-lo a Xangô. Neste instante, chegaram correndo os servidores do palácio. Eles estavam perseguindo o animal e gritaram: “Olhem o ladrão de cavalo! Miserável, imprestável, amigo do bem alheio! Como os tempos mudaram; roubar com esta idade!! Não há mais anciãos respeitáveis! Quem diria? Quem acreditaria?”
Caíram todos sobre Oxalufã, cobrindo-o de pancadas. Eles o agarraram e arrastaram-no até a prisão. Oxalufã, lembrando-se das recomendações do babalaô, permaneceu quieto e nada disse. Ele não podia queixar-se, mas podia vingar-se. Usou então seus poderes, do fundo da prisão. Não choveu mais, a colheita estava comprometida, o gado dizimado; as mulheres estéreis, as pessoas eram vitimadas por doenças terríveis. Durante sete anos, o reino de Xangô foi devastado.
Xangô, por sua vez, consultou um babalaô, para saber a razão de toda esta desgraça.
 “Kabiyesi Xangô,” respondeu-lhe o babalaô, tudo isto é consequência de um ato lastimável. Um velho sofre, injustamente, preso há sete anos. Ele nunca se queixou, mas não pense no entanto… Eis a fonte de todas as desgraças!”
Xangô fez vir diante dele o tal ancião. 
“Ah! Mas vejam só!” – gritou Xangô. “É você, Oxalufã! Êpa Baba! Exe ê!!
Absurdo! É inacreditável, vergonhoso, imperdoável!!! Ah! Você, Oxalufã, na prisão! Êpa Baba!! Não posso acreditar e, ainda por cima, preso por meus próprios servidores!
Hei! Todos vocês! Meus generais! Meus cavaleiros, meus eunucos, meus músicos! Meus mensageiros e chefes de cavalaria! Meus caçadores! Minhas mulheres, as ayabás!
Hei! Povo de Oyó! Todos e todas, vesti-vos de branco em respeito ao rei que veste branco!
Todos e todas, guardai o silêncio em sinal de arrependimento!
Todos e todas vão buscar água no rio! É preciso lavar Oxalufã!
Êpa Baba! Êpa, Êpa!
É preciso que ele nos perdoe a ofensa que lhe foi feita!!!
 (Do livro "Lendas Africanas dos Orixás de Pierre Fatumbi Verger e Carybé)
Osalá foi consultar os adivinhos para saber como conduzir melhor sua vida. Os velhos aconselharam-no a oferecer aos outros deuses uma cabaça grande cheia de sal e um pedaço de pano, para não passar vergonha na terra. Osalá como era muito teimoso, deu de ombros aos conselhos e foi dormir sem cumprir o recomendado. Durante a noite, Esú entrou em sua casa trazendo uma cabaça cheia da sal, amarrando-a às costas de Osalá, que jazia em profundo sono.
Na manhã seguinte, Osalá despertou corcunda e desde então tornou-se o protetor dos corcundas, albinos, aleijados e lhe foi proibido o consumo de sal.
Yemonja, a filha de Olokum, foi escolhida por Olorum para ser a mãe dos Orixás. Como ela era muito bonita, todos a queriam para esposa; então, o pai foi perguntar a Orunmilá com quem ela deveria casar. Orunmilá mandou que ele entregasse um cajado de madeira a cada pretendente; depois, eles deveriam passar a noite dormindo sobre uma pedra, segurando o cajado para que ninguém pudesse pegá-lo. Na manhã seguinte, o homem cujo cajado estivesse florido seria o escolhido por Orunmilá para marido de Iemanjá. Os candidatos assim fizeram; no dia seguinte, o cajado de Oxalá estava coberto de flores brancas, e assim ele se tornou pai dos Orixás.


Certa vez, quando os Orixás estavam reunidos, Oxalá deu um tapa em Exu e o jogou no chão todo machucado; mas no mesmo instante Exu se levantou, já curado. Então Oxalá bateu em sua cabeça e Exu ficou anão; mas se sacudiu e voltou ao normal. Depois Oxalá sacudiu a cabeça de Exu e ela ficou enorme; mas Exu esfregou a cabeça com as mãos e ela ficou normal. A luta continuou, até que Exu tirou da própria cabeça uma cabacinha; dela saiu uma fumaça branca que tirou as cores de Oxalá. Oxalá se esfregou, como Exu fizera, mas não voltou ao normal; então, tirou da cabeça o próprio axé e soprou-o sobre Exu, que ficou dócil e lhe entregou a cabaça, que Oxalá usa para fazer os brancos.


Dia: Sexta-feira,na nação gege,nago e cabinda,o velho no domingo e o moço na quarta-feira
Cor: Branco leitoso,na nação gege, nago e cabinda orumilá e branco e preto
Simbolo: Opáxoró
Elementos: Atmosfera e Céu
Domínios: Poder procriador masculino, Criação, Vida e Morte
Saudação: Epa Bàbá