OYA, YANÇÃ:
O maior e mais importante rio da Nigéria chama-se Níger, é imponente e atravessa todo o país. Rasgado, espalha-se pelas principais cidades através de seus afluentes por esse motivo tornou-se conhecido com o nome Odò Oya, já que ya, em iorubá, significa rasgar, espalhar. Esse rio é a morada da mulher mais poderosa da África negra, a mãe dos nove orum, dos nove filhos, do rio de nove braços, a mãe do nove, Ìyá Mésàn, Iansã (Yánsàn).
Embora seja saudada como a deusa do rio Níger, está relacionada
com o elemento fogo. Na realidade, indica a união de elementos contraditórios,
pois nasce da água e do fogo, da tempestade, de um raio que corta o céu no meio
de uma chuva, é a filha do fogo-Omo Iná.
A tempestade é o poder manifesto de Iansã, rainha dos raios, das ventanias, do tempo que se fecha sem chover.
Iansã é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do dia-a-dia é a sua felicidade. Ela sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do amor. Mostra o seu amor e a sua alegria contagiantes na mesma proporção que exterioriza a sua raiva, o seu ódio. Dessa forma, passou a identificar-se muito mais com todas as actividades relacionadas com o homem, que são desenvolvidas fora do lar; portanto não aprecia os afazeres domésticos, rejeitando o papel feminino tradicional. Iansã é a mulher que acorda de manhã, beija os filhos e sai em busca do sustento.
O facto de estar relacionada com funções tipicamente masculinas não afasta Iansã das características próprias de uma mulher sensual, fogosa, ardente; ela é extremamente feminina e o seu número de paixões mostra a forte atracção que sente pelo sexo oposto. Iansã (Oyá) teve muitos homens e verdadeiramente amou todos. Graças aos seus amores, conquistou grandes poderes e tornou-se orixá.
Assim, Iansã tornou-se mulher de quase todos os orixás. Ela é arrebatadora, sensual e provocante, mas quando ama um homem só se interessa por ele, portanto é extremamente fiel e possessiva. Todavia, a fidelidade de Iansã não está necessariamente relacionada a um homem, mas às suas convicções e aos seus sentimentos.
Algumas passagens da história de Iansã relacionam-na com antigos cultos agrários africanos ligados à fecundidade, e é por isso que a menção aos chifres de novilho ou búfalo, símbolos de virilidade, surgem sempre nas suas histórias. Iansã é a única que pode segurar os chifres de um búfalo, pois essa mulher cheia de encantos foi capaz de transforma-se em búfalo e tornar-se mulher da guerra e da caça.
Oyá é a mulher que sai em busca do sustento; ela quer um homem para amá-la e não para sustentá-la. Desperta pronta para a guerra, para a sua lida do dia-a-dia, não tem medo do batente: luta e vence.
A tempestade é o poder manifesto de Iansã, rainha dos raios, das ventanias, do tempo que se fecha sem chover.
Iansã é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do dia-a-dia é a sua felicidade. Ela sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do amor. Mostra o seu amor e a sua alegria contagiantes na mesma proporção que exterioriza a sua raiva, o seu ódio. Dessa forma, passou a identificar-se muito mais com todas as actividades relacionadas com o homem, que são desenvolvidas fora do lar; portanto não aprecia os afazeres domésticos, rejeitando o papel feminino tradicional. Iansã é a mulher que acorda de manhã, beija os filhos e sai em busca do sustento.
O facto de estar relacionada com funções tipicamente masculinas não afasta Iansã das características próprias de uma mulher sensual, fogosa, ardente; ela é extremamente feminina e o seu número de paixões mostra a forte atracção que sente pelo sexo oposto. Iansã (Oyá) teve muitos homens e verdadeiramente amou todos. Graças aos seus amores, conquistou grandes poderes e tornou-se orixá.
Assim, Iansã tornou-se mulher de quase todos os orixás. Ela é arrebatadora, sensual e provocante, mas quando ama um homem só se interessa por ele, portanto é extremamente fiel e possessiva. Todavia, a fidelidade de Iansã não está necessariamente relacionada a um homem, mas às suas convicções e aos seus sentimentos.
Algumas passagens da história de Iansã relacionam-na com antigos cultos agrários africanos ligados à fecundidade, e é por isso que a menção aos chifres de novilho ou búfalo, símbolos de virilidade, surgem sempre nas suas histórias. Iansã é a única que pode segurar os chifres de um búfalo, pois essa mulher cheia de encantos foi capaz de transforma-se em búfalo e tornar-se mulher da guerra e da caça.
Oyá é a mulher que sai em busca do sustento; ela quer um homem para amá-la e não para sustentá-la. Desperta pronta para a guerra, para a sua lida do dia-a-dia, não tem medo do batente: luta e vence.
Características
dos filhos de Iansã / Oyá
Para os filhos de Oyá, viver é uma grande aventura. Enfrentar os
riscos e desafios da vida são os prazeres dessas pessoas, tudo para elas é
festa. Escolhem os seus caminhos mais por paixão do que por reflexão. Em vez de
ficar em casa, vão à luta e conquistam o que desejam.
São pessoas atiradas, extrovertidas e directas, que jamais escondem os seus sentimentos, seja de felicidade, seja de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões e de repente esquecem, partem para outra, e o antigo parceiro é como se nunca tivesse existido. Isso não é prova de promiscuidade, pelo contrário, são extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam.
Estas pessoas tendem a ser autoritárias e possessivas; o seu génio muda repentinamente sem que ninguém esteja preparado para essas guinadas. Os relacionamentos longos só acontecem quando controlam os seus impulsos, aí, são capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma pessoa, que deve permitir que se tornem os senhores da situação.
Os filhos de Oyá, na condição de amigos, revelam-se pessoas confiáveis, mas cuidado, os mais prudentes, no entanto, não ousariam confiar-lhe um segredo, pois, se mais tarde acontecer uma desavença, um filho de Oyá não pensará antes de usar tudo que lhe foi contado como arma.
O seu comportamento pode ser explosivo, como uma tempestade, ou calmo, como uma brisa de fim de tarde. Só uma coisa o tira do sério: mexer com um filho seu é o mesmo que comprar uma briga de morte: batem em qualquer um, crescem no corpo e na raiva, matam se for preciso.
São pessoas atiradas, extrovertidas e directas, que jamais escondem os seus sentimentos, seja de felicidade, seja de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões e de repente esquecem, partem para outra, e o antigo parceiro é como se nunca tivesse existido. Isso não é prova de promiscuidade, pelo contrário, são extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam.
Estas pessoas tendem a ser autoritárias e possessivas; o seu génio muda repentinamente sem que ninguém esteja preparado para essas guinadas. Os relacionamentos longos só acontecem quando controlam os seus impulsos, aí, são capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma pessoa, que deve permitir que se tornem os senhores da situação.
Os filhos de Oyá, na condição de amigos, revelam-se pessoas confiáveis, mas cuidado, os mais prudentes, no entanto, não ousariam confiar-lhe um segredo, pois, se mais tarde acontecer uma desavença, um filho de Oyá não pensará antes de usar tudo que lhe foi contado como arma.
O seu comportamento pode ser explosivo, como uma tempestade, ou calmo, como uma brisa de fim de tarde. Só uma coisa o tira do sério: mexer com um filho seu é o mesmo que comprar uma briga de morte: batem em qualquer um, crescem no corpo e na raiva, matam se for preciso.
Qualidades
de Iansã / Oyá
Um dos rituais mais belos do Candomblé é quando Oyá Kará, com
seu tacho de cobre repleto de fogo, vem dançar o rítmo egó. Ritualmente akará é
um pedaço de fogo que Oyá engole, mas é também o bolinho de akarajé que Oyá
distribui aos seus, de cor avermelhada como brasa no ajerê depois de rodar na
cabeça de Oyá por todo barracão.
Oyá também ergue a sua saia e pisa no fogo ao lado de Xangô,
Oyá também troca fogo com Ogun realizando uma das mais belas danças do
candomblé. Oyá convida todos para guerrear e vão chegando Ogun, Opará,
Iyágunté, Obá, Xangô e por último chega Oxaguiã, é a paz no meio da guerra,
para apaziguar o coração de Oyá.
O número 9 é sagrada a Iansã, nove também são as qualidades de Iansã e 4 são as Oyás de culto Igbalé. Senhora dos ventos, dos tufões, das nunvens de chumbo, tempestades, das águas agitadas pelo vento, águas do seu rio Níger, onde é cultuada. A morte e seus mistérios não assustam Oyá, Senhora dos Eguns, mãe dos eguns, rainha dos eguns, Oyá gueré a unló, só mesmo mãe Iansã.
O número 9 é sagrada a Iansã, nove também são as qualidades de Iansã e 4 são as Oyás de culto Igbalé. Senhora dos ventos, dos tufões, das nunvens de chumbo, tempestades, das águas agitadas pelo vento, águas do seu rio Níger, onde é cultuada. A morte e seus mistérios não assustam Oyá, Senhora dos Eguns, mãe dos eguns, rainha dos eguns, Oyá gueré a unló, só mesmo mãe Iansã.
Oyà Petu – Ligada a Xangô e até
confunde-se com ele, Oyá dos raios.
Oyà Onira – Rainha da cidade de Ira,
a doce guerreira ligada as águas de Oxun, Ogun,veste rosa.
Oyà Bagan – Oyá com fundamento com Oxossi, Ossaiyn, guerreira dos ventos das matas
Oyá Senó ou Sinsirá- Oyá raríssima,
ligada Yemanjá e Airá
Oyà Tope – mora no tempo ligada a
Oxun e Exú
Oyà Ijibé ou Ijibí- veste
branco ligada a Oxalá ao vento frio
Oyà Kará- veste vermelho, ligada a
Xangô, ao fogo, aquela que carrega o ajerê fervendo na cabeça.
Oyà Leié- o vento dos pássaros,
veste estampado, ligada a Ewá
Oyà Biniká - A senhora do vento
quente, ligada a Oxumare e Omolu.
Oyás de culto Igbalé:
Oyà Egunita – Igbalé, aqui vive com os mortos (eguns) veste branco e mariwo, ligada a Oxala, Nanã, e ao vento do bambuzal
Oyà Funan-Igabalé, a que encaminha os mortos (eguns) veste branco e mariwo, ligada a Oxalá, Nanã e ao centro do bambuzal
Oyà Padá - Igbale, a que ilumina o caminho aos mortos (eguns) veste branco, mariwo ligada a Oxalá e Nanã, ao bambuzal
Oyá Tanan- Igbalé, a que recebe no portal os mortos (eguns) veste branco e mariwo, ligada a Oxalá e Nanã ao bambuzal
Teremos ainda vários outros nomes de Oyá que se confundem ou são os mesmos, títulos e qualidades diversas, entre elas: Oyá Olodé, Tonin’bé, Fakarebó, Adagambará, filiabá, Iyá Popo, Iyá Kodun, Abomì, etc.
Oyà Egunita – Igbalé, aqui vive com os mortos (eguns) veste branco e mariwo, ligada a Oxala, Nanã, e ao vento do bambuzal
Oyà Funan-Igabalé, a que encaminha os mortos (eguns) veste branco e mariwo, ligada a Oxalá, Nanã e ao centro do bambuzal
Oyà Padá - Igbale, a que ilumina o caminho aos mortos (eguns) veste branco, mariwo ligada a Oxalá e Nanã, ao bambuzal
Oyá Tanan- Igbalé, a que recebe no portal os mortos (eguns) veste branco e mariwo, ligada a Oxalá e Nanã ao bambuzal
Teremos ainda vários outros nomes de Oyá que se confundem ou são os mesmos, títulos e qualidades diversas, entre elas: Oyá Olodé, Tonin’bé, Fakarebó, Adagambará, filiabá, Iyá Popo, Iyá Kodun, Abomì, etc.
Lendas
de Iansã / Oyá
Antes de tornar-se esposa de Xangô, Oyá vivia com Ogun. Ela
vivia com o ferreiro e ajudava-o em seu ofício, principalmente manejando o fole
para ativar o fogo na forja. Certa vez Ogun presenteou Oyá com uma varinha de
ferro, que deveria ser usada num momento de guerra. A varinha tinha o poder de
dividir em sete partes os homens e em nove partes as mulheres. Ogun dividiu
esse poder com a mulher. Na mesma aldeia morava Xangô, ele sempre ia à oficina
de Ogun apreciar seu trabalho e em várias oportunidades arriscava olhar para
sua bela mulher. Xangô impressionava Oyá por sua majestade e elegância. Um dia
os dois fugiram para longe de Ogun, que saiu enciumado e furioso em busca dos
fugitivos. Quando Ogun os encontrou, houve uma luta de gigantes. Depois de
lutar com Xangô, Ogun aproximou-se de Oyá e a tocou com sua varinha, e nesse
mesmo tempo Oyá tocou Ogun também, foi quando o encanto aconteceu: Ogun
dividiu-se em sete partes, recebendo o nome de Ogun Mejê, e Oyá foi dividida em
nove partes, sendo conhecida como Iansã, “Iyámesan”, a mãe transformou-se em
nove.
Notas bibliográficasMitologia dos Orixás – Reginaldo Prandi – 2001
Um dia Oxum e outro alguém queriam
fazer mal a Iansã, Colocaram o feitiço num
bracelete de Oxum e o puseram dentro de uma caixa para que fosse entregue a Iansã.
Agbô, então, foi chamado para levá-lo a Iansã, Agbô era o dono dos carneiros,
dono dos agbôs. Tudo o que ocorria no palácio era espalhado por meio da língua
de Agbô, o Carneiro, mas Iansã, com sua aguda intuição, pressentiu o que lhe
vinha por meio de Agbô. Ela, então, foi ao encontro do Carneiro e na forma de
um vento abriu a caixa e trocou o bracelete por um pequeno pássaro. Agbô foi um
instrumento contra Iansã, mas Iansã sentiu-se traída por ele. Desde então Iansã
odeia carneiros e não aceita nem se quer comê-los.
Notas bibliográficasMitologia dos Orixás – Reginaldo Prandi – 2001
Certa vez houve uma festa com todas as divindades presentes. Omulu-Obaluaiyê chegou vestindo seu capucho de
palha. Ninguém o podia reconhecer sob o disfarce e nenhuma mulher quis dançar
com ele. Só Oyá, corajosa, atirou-se na dança com o Senhor da Terra.Tanto
girava Oyá na sua dança que provocava vento. E o vento de Oiá levantou as
palhas e descobriu o corpo de Obaluaiyê. Para surpresa geral, era um belo
homem. O povo o aclamou por sua beleza. Obaluaê ficou mais do que contente com
a festa, ficou grato. E, em recompensa, dividiu com ela o seu reino. Fez de Oiá
a rainha dos espíritos dos mortos. Rainha que é Oiá Igbalé, a condutora dos
eguns. Oiá então dançou e dançou de alegria. Para mostrar a todos seu poder
sobre os mortos, quando ela dançava agora, agitava no ar o iruquerê, o
espanta-mosca com que afasta os eguns para o outro mundo. Rainha Oiá Igbalé, a
condutora dos espíritos. Rainha que foi sempre a grande paixão de Omulu.
Conta umas das lendas de Iansã, a primeira esposa de SÀNGÓ, teria ido, a seu mandato, a um reino vizinho
buscar 3 cabaças que estava com Obalúayé. Foi dito a ela que não abrisse estas
cabaças, as quais ela deveria trazer de volta a SÀNGÓ. Iansã foi e lá Obalúayè
recomendou mais uma vez que não deixasse as cabaças caírem e quebrarem e, se
isto acontecesse, que ela não olhasse e fosse embora. Iansã ia muito apressada
e não aguentava mais segurar o segredo. Um pouco mais à frente quebrou a
primeira cabaça, desrespeitando a vontade de Obalúayé. Saíram de dentro da
cabaça os ventos que a levou para o céus. Quando terminaram os ventos, Iansã
voltou e quebrou a segunda cabaça. Da segunda cabaça saíram os Eguns. Ela se
assustou e gritou: Reiiii! Na vez da terceira cabaça SÀNGÓ chegou e pegou para
si, que era a cabaça do fogo, dos raios. Ela tinha um temperamento ardente e impetuoso.
Foi a única entre as mulheres de SÀNGÓ que , no fim do seu reinado, o seguiu em
sua fuga para Tapá. Quando ele recolheu-se para baixo da terra em Cosso, ela
fez o mesmo em Yiá.
Ogum foi caçar na floresta, como fazia todos os dias. De repente, um búfalo veio em sua direção rápido como um
relâmpago; notando algo de diferente no animal, ogum tratou de segui-lo. O
búfalo parou em cima de um formigueiro, baixou a cabeça e despiu sua pele,
transformando-se numa linda mulher. Era yansan, coberta por belos panos coloridos
e braceletes de cobre. Yansan fez da pele uma trouxa, colocou os chifres dentro
e escondeu-a no formigueiro, partindo em direção ao mercado, sem perceber que
ogum tinha visto tudo. Assim que ela se foi, ogum se apoderou da trouxa,
guardando-a em seu celeiro.
Depois foi a cidade, e passou a seguir a mulher até que criou coragem e começou a cortejá-la. Mas como toda mulher bonita, ela recusou a corte. Quando anoiteceu ela voltou à floresta e, para sua surpresa, não encontrou a trouxa. Tornou à cidade e encontrou ogum, que lhe disse estar com ele o que procurava. Em troca de seu segredo ( pois ele sabia que ela não era uma mulher e sim animal ), yansan foi obrigada a se casar com ele; apesar disso, conseguiu estabelecer certas regras de conduta, dentre as quais proibi-lo de comentar o assunto com qualquer pessoa.
Chegando em casa, ogum explicou suas outras esposas que yansan iria morar com ele e que em hipótese alguma deveriam insultá-la. Tudo corria bem; enquanto ogum saía para trabalhar, yansan passava o dia procurando sua trouxa.
Depois foi a cidade, e passou a seguir a mulher até que criou coragem e começou a cortejá-la. Mas como toda mulher bonita, ela recusou a corte. Quando anoiteceu ela voltou à floresta e, para sua surpresa, não encontrou a trouxa. Tornou à cidade e encontrou ogum, que lhe disse estar com ele o que procurava. Em troca de seu segredo ( pois ele sabia que ela não era uma mulher e sim animal ), yansan foi obrigada a se casar com ele; apesar disso, conseguiu estabelecer certas regras de conduta, dentre as quais proibi-lo de comentar o assunto com qualquer pessoa.
Chegando em casa, ogum explicou suas outras esposas que yansan iria morar com ele e que em hipótese alguma deveriam insultá-la. Tudo corria bem; enquanto ogum saía para trabalhar, yansan passava o dia procurando sua trouxa.
Desse casamento nasceram nove filhos, o que despertou ciúmes
das outras esposas, que eram estéreis. Uma delas, para vingar-se, conseguiu
embriagar ogum e ele acabou relatando o mistério que envolvia yansan. Logo que
o marido se ausentou, elas começaram a cantar: “Você pode beber, comer e exibir sua beleza, mas a sua
pele está no depósito, você é um animal.” Iansã compreendeu a
alusão. Depois que yansan encontrou então sua pele e seus chifres. Assumiu a
forma de búfalo e partiu para cima de todos, poupando apenas seus filhos.
Decidiu voltar para a floresta, mas não permitiu que os filhos a acompanhassem, porque era um lugar perigoso. Deixou com eles seus chifres e orientou-os para, em caso de perigo deveriam bater os chifres um contra o outros; com esse sinal ela iria socorrê-los imediatamente. E por esse motivo que os chifres estão presentes nos assentamentos de yansan/oya.
Decidiu voltar para a floresta, mas não permitiu que os filhos a acompanhassem, porque era um lugar perigoso. Deixou com eles seus chifres e orientou-os para, em caso de perigo deveriam bater os chifres um contra o outros; com esse sinal ela iria socorrê-los imediatamente. E por esse motivo que os chifres estão presentes nos assentamentos de yansan/oya.
Embora tenha sido esposa de Sangô, Iansã
percorreu vários reinos e conviveu com vários Reis. Foi paixão de Ogum,
Osogiyan e de Esú. Conviveu e seduziu Osossi, Logun-Edé e tentou em vão
relacionar – se com Obaluaê. Sobre este assunto a história conta que Iansã
percorreu vários Reinos usando sua inteligência, astúcia e sedução para
aprender de tudo e conhecer igualmente tudo. Em Irê, terra de Ogum foi a grande
paixão do Guerreiro. Aprendeu com ele o manuseio da espada e ganhou deste o
direito de usá-la. Depois partiu e foi para Oxogbo, terra de Osogiyan. Com ele
aprendeu o uso do Escudo para se defender de ataques inimigos e recebeu o
direito de usá-lo. Depois partiu e nas estradas deparou-se com Esú. Com ele
aprendeu os mistérios do fogo e da magia. No reino de Osossi, seduziu o Deus da
Caça, e aprendeu a caçar, a tirar a pele do búfalo e se transformar naquele animal
com a ajuda da magia aprendida com Esú. Seduziu Logun-Odé e com ele aprendeu a
pescar. Foi para o Reino de Obaluaê, pois queria descobrir seus mistérios e
conhecer seu rosto. Lá chegando, insinuou-se. Mas muito desconfiado, Obaluaê
perguntou o que Oya queria e ela respondeu: -”queria
ser sua amiga”. Então, fez sua Dança dos Ventos, que já havia seduzido vários
reis. Contudo, sem emocionar ou sequer atrair a atenção de Obaluaê. Incapaz de
seduzí-lo, Iansã procurou apenas aprender, fosse o que fosse. Assim dirigiu-se
ao homem da palha: -“Aprendi muito com os outros Reis, mas só me falta
aprender algo contigo.”- “Quer mesmo aprender, Oya? Vou te ensinar a tratar dos
Mortos”.
Venceu seu medo com sua ânsia de aprender e com ele descobriu
como conviver com os Eguns e a controlá-los. Partiu então para o Reino de
Sangô, pois lá acreditava que teria o mais vaidoso dos reis e aprenderia a
viver ricamente. Mas ao chegar ao reino do Rei do Trovão, Iansã aprendeu mais
do que isso, aprendeu a amar verdadeiramente e com uma paixão violenta, pois
Sangô dividiu com ela os poderes do raio e deu à ela seu coração. O fogo das
paixões, o fogo da alegria e o que queima. Ela é o Orisá do Fogo.
Osogyian estava em guerra, mas a guerra não acabava nunca, tão poucas eram as armas para guerrear. Ògún fazia as
armas, mas fazia lentamente. Osogyian pediu a seu amigo Ògún urgência, mas o
ferreiro já fazia o possível. O ferro era muito demorado para se forjar e cada
ferramenta nova tardava como o tempo. Tanto reclamou Osaguiã que Oyá, esposa do
ferreiro, resolveu ajudar Ògún a apressar a fabricação. Oyá se pôs a soprar o
fogo da forja de Ògún e seu sopro avivava intensamente o fogo e o fogo
aumentado de calor derretia o ferro mais rapidamente. Logo Ògún pode fazer
muitas armas e com as armas Osogyian venceu a guerra. Osogyian veio então
agradecer Ògún. E na casa de Ògún enamorou-se de Oyá. Um dia fugiram Osogyian e
Oyá, deixando Ògún enfurecido e sua forja fria. Quando mais tarde Osogyian
voltou à guerra e quando precisou de armas muito urgentemente, Oyá teve que
voltar a avivar a forja. E lá da casa de Osogyian, onde vivia, Oyá soprava em
direção à forja de Ògún. E seu sopro atravessava toda a terra que separava a
cidade de Osogyian da de Ògún. E seu sopro cruzava os ares e arrastava consigo
pó, folhas e tudo o mais pelo caminho, até chegar às chamas com furor atiçava.
E o povo se acostumou com o sopro de Oyá cruzando os ares e logo o chamou de
vento. E quanto mais a guerra era terrível e mais urgia a fabricação das armas,
mais forte soprava Oyá a forja de Ògún. Tão forte que às vezes destruía tudo no
caminho, levando casas, arrancando árvores, arrasando cidades e aldeias. O povo
reconhecia o sopro destrutivo de Oyá e o povo chamava a isso tempestade.
Oiá desejava ter filhos, mas não podia conceber. Oiá foi
consultar um babalaô e ele mandou que ela fizesse um ebó. Ela deveria oferecer
um carneiro, um agutã, muitos búzios e muitas roupas coloridas. Oiá fez o
sacrifício e teve nove filhos. Quando ela passava, indo em direção ao mercado,
o povo dizia: “Lá vai
Iansã”. Lá ia Iansã, que quer dizer mãe nove vezes. E lá ia ela
toda orgulhosa ao mercado vender azeite-de-dendê. Oiá não podia ter filhos, mas
teve nove, depois de sacrificar um carneiro, e em sinal de respeito por seu
pedido atendido Iansã, a mãe de nove filhos, nunca mais comeu carneiro.
Fonte das lendas: http://www.lendas.orixas.nom.br
Leia mais no post Original: Iansã / Oyá - Histórias, Lendas, Qualidades e Seus Filhos | Filhos de Axé http://www.filhosdeaxe.com/candomble/orixas-candomble/iansa-oya#ixzz1gNTQzrR7
Dia da
Semana: Quarta-Feira,no gege e no nago seu dia é a terça-feira
Dia
Consagrado: 04 de Dezembro
Sincretismo:
Santa Bárbara
Cores: Marrom, Vermelho e Rosa - Na
Umbanda: amarelo, cobre,no gege ,nago e cabinda sua guia é vermelho vidrado e a cor
prata também lhe pertence
Símbolos:
Espada e Eruesin
Elementos:
Ar em movimento, Fogo
Domínios:
Tempestades, ventanias, raios, morte
Saudação:
Epahei!
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