ESCRAVIDÃO
INICIO DA RELIGIÃO AFRO-BRASILEIRA
Os primeiros grupos de escravos negreiros , que chegaram ao brasil por Salvador e Recife, nos séculos XVI eXVII , e no estado do Rio de Janeiro, no séculoXVIII , foram os bantos ,cabindos sudanese,iorubas,jejes,hancás,minas e malês, como mercadorias e objetos sem direito ou alma .
Navios negreiros ou navios tumbeiros eram os nomes dados aos navios que realizavam o transporte de escravos, originários especialmente da África, até o século XIX.
A história dos navios negreiros é das mais comoventes. Homens, mulheres e crianças eram transportados amontoados em compartimentos minúsculos dos navios, escuros e sem nenhuma cuidado com a higiene. Conviviam no mesmo local, a fome, a sede, as doenças, a sujeira, os agonizantes e os mortos. Em média transportava-se 400 negros em cada compartimento desses.
Sem a menor preocupação com a condição dos negros, os responsáveis pelos navios negreiros amontoavam negros acorrentados como animais em seus porões que muitas vezes advinham de diferentes lugares do continente africano, causando o encontro de várias etnias e que por vezes eram também inimigas. Seus corpos eram marcados pelas correntes que os limitavam nos movimentos, as fezes e a urina eram feitas no mesmo local onde permaneciam. Os movimentos das caravelas faziam com que muitos passassem mal e vomitassem no mesmo local. Os alimentos simplesmente eram jogados nos compartimentos uma ou duas vezes por dia, cabendo aos próprios negros promover a divisa da alimentação. Como os integrantes do navio não tinham o hábito de entrar no porão, os mortos permaneciam ao lado dos vivos por muito tempo.
Quando o navio encontrava alguma dificuldade durante seu trajeto, o comandante da embarcação ordenava que os negros moribundos ou mortos fossem lançados ao mar, como alternativa para reduzir o peso do navio. Nestes casos, o mar acabava se tornando a única saída dos negros para a luz, antes de chegarem aos destinatários do comércio.
A organização da Companhia dos Lagos propunha-se a incentivar e desenvolver o comércio africano e dar expansão ao tráfico negreiro, sua viagem inicial motivou a formação de várias companhias negreiras, tais como: Companhia de Cacheu (1675), Companhia de Cabo Verde e Cacheu de Negócios de Pretos (1690), Companhia Real de Guiné e das Índias (1693) e Companhia das Índias Ocidentais (1636). No Brasil, devido ao êxito do empreendimento, deu-se a criação da Companhia Geral de Comércio do Brasil (1649).
Os portugueses transportavam os escravos em suas caravelas vindas da África. Os holandeses também realizavam o tráfico de escravos para o Brasil. O número de escravos embarcados dependia da capacidade da embarcação. Nas caravelas, os portugueses transportavam até 500 cativos. Um pequeno navio podia transportar até 200 escravos, um navio grande até 700.
A bordo, todos os escravos eram marcados a ferro no ombro ou na coxa. Embarcados, os cativos são acorrentados até que se perca de vista a costa da África. Os navios negreiros embarcavam mais homens do que mulheres. O número de crianças era inferior, de 3% a 6% dos embarcados.
Angola (África Centro-Ocidental) e a Costa da Mina (todo o litoral do Golfo da Guiné) eram até o século XVIII os principais fornecedores de escravos ao Brasil. Os principais grupos étnicos africanos trazidos ao Brasil foram os bantos, oriundos de Angola, Golfo da Guiné e Congo; os sudaneses, originários do Golfo da Guiné e do Sudão; e os maleses, sudaneses islamizados.
Somente no século XIX que as leis proibiram o comércio de negros. Entre 1806 e 1807, a Inglaterra acabou com o tráfico negreiro em seu Império e em 1833 proibiu o trabalho escravo. No Brasil, mesmo após o tráfico negreiro ter sido proibido, a escravidão permaneceu até 1888
Traficantes coloniais ultilizavam-se de diversas técnicas para poder arrematar os negros;
*Chegavam de assalto e prendiam os mais jovens e mais fortes da tribo, que viviam principalmente no litoral oeste , no centro oeste ,nordeste e sul da Africa. *trocavam por mercadorias :facas ,bebidas, comidas, etc..
*Sabendo-se que: era costume em muitas cortes e tribos africanas, escravizarem os presos de guerra (principalmente os guerreiros), ao mesmo tempo que não haviam exércitos europeus capazes de vencer uma guerra ou confronto direto com povos africanos (os mesmos possuíam também táticas avançadas de guerra). Os portugueses uniam-se a reis africanos, oferecendo armas e títulos da nobreza européia em troca dos prisioneiros de guerra. Desencadeando um grande conflito inter-continental, apenas levantando calúnias e difamações entre os povos vizinhos.
Após anos de guerras e conflitos, muitos reinos enfraqueceram seus sistemas de defesa, e muitos soldados já estavam trabalhando nas colônias como escravos. Os portugueses deram o golpe final invadindo e conquistando os reinos dos próprios aliados enfraquecidos. Arrastando para as senzalas também as mulheres, crianças e nobres das cortes.Assim prosseguiu a barbárie tarefa européia de comércio humano. Até o final da segunda guerra mundial. Onde ainda existia nas colônias africanas do império britânico, trabalho escravo e apartheid, em pleno século "XX".
Arrancados sem respeito de sua terra natal, uma vida amarga e penosa esperava esses homens e mulheres nas colônias,trabalhando de sol a sol nas grandes fazendas.
tanto esforço era que aqui chegados duravam em média 7 á 10 anos; reagiam a tantos tormentos suicidando-se, evitando a reproduçãoe assassinando feitores, capitães do mato e proprietários.
Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos de roupa e uma alimentação de péssima qualidade. Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) acorrentados para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais comum no Brasil Colônia.
Não se sabe com exatidão quantos negros foram trazidos pra cá, visto que assim que foi decretada a abolição da escravatura Rui Barbosa mandou queimar todos arquivos que continham as provas e documentos oficiais e extra-oficiais.
Diário Oficial de 14 de maio de 1888, com a publicação da Lei Áurea
Palavras finais do discurso em defesa da Lei feito na Câmara Geral por Rodrigo Augusto da Silva, Ministro dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas e a quem é atribuída a autoria da Lei:
"Quaisquer que sejam os horrores das minhas contradições, quaisquer que sejam as injustiças e dureza dos conceitos de que tenho sido alvo, dou tudo por bem compensado com o que fiz por esta causa e hoje a causa do regojizo geral da nossa pátria. Aceitei a posição de ministro em condições as mais excepcionais; dela me advieram todos os dissabores, preocupações e sacrifícios que a política impõe bastar-me a esta convicção, que me coloca acima de quaisquer preconceitos ou emulações do interesse individual, para deixar-me a doce compensação de que, hoje, como sempre, serei bem julgado pelo meu país, como um operário obscuro que não cessou de trabalhar pela libertação de uma nação inteira, e portanto, por uma grande conquista em favor da liberdade na nossa pátria."
Durante o processo de colonização do Brasil, notamos que a utilização dos africanos como mão de obra escrava estabeleceu um amplo leque de novidades em nosso cenário religioso. Ao chegarem aqui, os escravos de várias regiões da África traziam consigo várias crenças que se modificaram no espaço colonial. De forma geral, o contato entre nações africanas diferentes empreendeu a troca e a difusão de um grande número de divindades.
Mediante essa situação, a Igreja Católica se colocava em um delicado dilema ao representar a religião oficial do espaço colonial. Em algumas situações, os clérigos tentavam reprimir as manifestações religiosas dos escravos e lhes impor o paradigma cristão. Em outras situações, preferiam fazer vista grossa aos cantos, batuques, danças e rezas ocorridas nas senzalas. Diversas vezes, os negros organizavam propositalmente suas manifestações em dias-santos ou durante outras festividades católicas.
Do ponto de vista dos representantes da elite colonial, a liberação das crenças religiosas africanas era interpretada positivamente. Ao manterem suas tradições religiosas, muitas nações africanas alimentavam as antigas rivalidades contra outros grupos de negros atingidos pela escravidão. Com a preservação desta hostilidade, a organização de fugas e levantes nas fazendas poderia diminuir sensivelmente.
Aparentemente, a participação dos negros nas manifestações de origem católica poderia representar a conversão religiosa dessas populações e a perda de sua identidade. Contudo, muitos escravos, mesmo se reconhecendo como cristãos, não abandonaram a fé nos orixás, voduns e inquices oriundos de sua terra natal. Ao longo do tempo, a coexistência das crendices abriu campo para que novas experiências religiosas – dotadas de elementos africanos, cristãos e indígenas – fossem estruturadas no Brasil.
Os escravos que tinham que manter sua religião sobre o manto de santos católicos agora tanto serviam ao seu povo como aos brancos.
A"macumba"era,e ainda é um ritual de liberdade, protesto,reação a opressão. As rezas, batucadas e cantos eram maneira de aliviar a asfixia da escravidão.
A"macumba"era,e ainda é um ritual de liberdade, protesto,reação a opressão. As rezas, batucadas e cantos eram maneira de aliviar a asfixia da escravidão.
Esses negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir , mesmo de maneira precaria , uma união representativa da lingua e culto aos Orixás,e os antepassados se tornaram meio de referencia para os mais novos, refletindo os velhos costumes de sua terra de origem.Conseguiram preservar através do sincretismo sua cultura e religião.
os negros que se adaptaram a nova situação recebiam tarefas mais especializadas :reprodutores,tocheiros e trabalhadores da casa grande, e outros por dedicação e fidelidade ganhavam alforria pelo seu senhores ou pela Lei do Sexagenário, Lei do ventre livre e, enfim Lei ÁUREA,que libertou seus escravos.
Na própria terra dos orixás a pobreza e as doenças, assistidas e divulgadas em meios de comunicação, como ex: em angola (ex-colônia portuguesa); tiveram como principal foco inicialisador, a extinção da cultura dos povos por seus opressores. Onde muitos habitantes, não reconhecem mais seus antepassados. Perdendo o elo com seus orixás.Terá certamente lugar de destaque, respeito e reconhecimento em todo o planeta.Porém, assim como ocorreu na escravidão no Brasil, sabemos que na África, existem bravos sobreviventes, que lutam para que seus paises resgatem sua cultura e prestígio.E aqui no brasil, quando não mais houver crianças chorando com fome, e pessoas somente criticando os atos das pessoas de boa vontade ao invés de contribuir ou ajudar. Certamente este país mais fértil, mais cultural e com o povo mais nobre e humano do mundo. Hoje conhecemos a religião africana no continente americano como:-candomblé, batuque, xangô, santeria, vodoo e outras)Em cada grupo, juntaram-se culturas, associadas ao maior ou menor número de pessoas originárias da mesma raiz (nagô, ketu, angola, oyo, jêje, ijexá, etc)
Em muitos reinos/cidades, cultuava-se diferentes orixás em cada raiz(família). Como em muitos locais, eles conheciam orixás por diferentes nomes. Ex: obaluaie e omulu em ketu(nagô); xapanan e sapakta em jêje. (que são os mesmos orixás). E que em muitas nações foram associados a outros orixás, tornando-se qualidades.
Seus fundadores ou reis, eram cultuados especificamente em suas próprias cidades conquistadas ou fundadas. Ex: xangô em oyó, logun-edé em efon, oxossi em ketu, etc. Sendo até hoje reverenciados, servindo de pilar na identificação da origem de cada casa de candomblé existente no brasil.
Também em várias regiões da áfrica, existem ainda sacerdotes e obás(reis) supremos de determinados orixás, sendo os mesmos detentores únicos de todos os segredos e fundamentos a um ou dois orixás específicos.Em muitas nações, os mesmos orixás, ou possuem cultos únicos e diretos, ou tornaram-se qualidades de orixás primários. Ex: no oyó (batuque) otin é um orixá feminino que se cultua junto a odé. Em outras nações de candomblé, a mesma é uma qualidade de oxossi/odé. Assim como ibeji, etc.Infelizmente, muitos outros orixás não são mais cultuadNota: devido as diferenças litúrgicas e culturais existentes entre nações africanas de raízes, jêje, angola, ketu etc. Sempre ocorreu uma certa desunião entre as mesmas.Umas das principais missões nesta obra, é a de promover a união da religião africana no Brasil.Não nos referimos a uma união litúrgica (modo de cultuação e prática), pois sabemos que é devido aos costumes de nossos antepassados, que desde a antigüidade, cultuavam orixás diferentes em cada nação religiosa. Mas sim, numa união cultural.Portanto, não devemos nos atenuar em diferentes nomes de qualidades designadas a orixás, exús e até mesmo certas diferenças ligadas a maneiras de tocar um candomblé/batuque/xangô, etc.Devemos sim buscar maneiras de interagir nossos conhecimentos e cultura em prol de uma união mais sólida, respeitável e influente. , pois perderam-se os fundamentos dos mesmos, porém ainda existem na natureza, e seus axés (energias) ainda reinam no universo.São muito contraditórias as publicações referentes a verdadeira origem da religião dos orixás na áfrica.Alguns historiadores, associam Oduduá o "conquistador". Com Nimrod; também citam a semelhança de nosso método de consulta a Ifá (oráculo), com a Kaballah judaica; Dan a serpente telúrica representando a eternidade, com a Dan serpente referente a umas das doze tribos de Israel e outras. Ou seja, muitos historiadores afirmam que os yorubás possuem descendência judaica.Outros defendem somente a tese que: os orixás são antepassados divinizados de antigos reis africanos, assim como generais e sacerdotes; que tiveram suas façanhas eternizadas nas histórias dos antigos. Lendas repassadas de geração em geração aos descendentes dos reinos e tribos africanas.
Verger mostrou em suas obras, que nossa origem é remota a muitas outras conhecidas, como gregas e romanas. Pois temos orixás em nosso culto que são anteriores a conquista e conhecimento do metal, como nanã.
Verger também tratou de mostrar a semelhança existente entre nossos deuses e deuses gregos, como por exemplo:Zeus: deus grego do trovão e dos raios, tem como símbolo um machado duplo. Xangô: deus yorubá dos raios e trovões, tem como símbolo um oxé (machado de duas lâminas).Certamente em meio a tanto estudos, podemos afirmar que em um vasto continente como o africano, é certo que todas as teses são corretas. E que aos poucos, todas estas origens regionais, fundiram-se formando uma cultura sólida e única, que conhecemos hoje como a cultura dos orixás; verificadas em todos os povos (yorubanos, angolanos, jêjes, etc.), com seu xangô, oduduá, obatalá e demais reis, guerreiros e sacerdotes. Eternizados e unidos com as energias da natureza (florestas, animais, rios, oceanos, etc.) Onde em nossos ylés são louvados e suas histórias narradas a nossos iniciados, afim de servir de exemplo de conduta e fé, associada a natureza e bem estar da sociedade.
Tal como em livros milenares, editados como por exemplo: a arte da guerra do general chinês "sun tzu" vendido no mundo todo. Narrando suas condutas e táticas de batalhas, transformadas em auto-ajuda, associada a negócios e condutas para os dias atuais.Nós também ensinamos a nossos seguidores, as histórias de nossos reis (Xangô) de nossos generais milenares (Ogun), etc. Com suas táticas, seus erros, suas virtudes e glórias; afim que possam ter como princípio de vida, o equilíbrio associado a normas e condutas culturais de nossos antepassados.E com simbologias e danças em louvor a nossos antigos mestres saudamos nossos orixás e antepassados, que em energia nos lega seu axé.
.Fontes:
http://www.grupoescolar.com/materia/o_trafico_e_os_navios_negreiros.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Navio_negreiro
http://www.achetudoeregiao.com.br/atr/Escravidao_no_Brasil.htm
http://imperiobrazil.blogspot.com.br/2012/02/escravidao-e-escravatura.html
http://novahistorianet.blogspot.com.br/2009/01/escravido-e-resistncia-no-brasil.html
http://www.brasilescola.com/religiao/as-religioes-afrobrasileiras-sincretismo.htm
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