XANGÔ:
Nem seria preciso falar do poder de Xangô
(Sòngó), porque o poder é a sua síntese. Xangô nasce do poder morre em nome do
poder. Rei absoluto, forte, imbatível: um déspota. O prazer de Xangô é o poder.
Xangô manda nos poderosos, manda em seu reino e nos reinos vizinhos. Xangô é rei
entre todos os reis. Não existe uma hierarquia entre os orixás, nenhum possui
mais axé que o outro, apenas Oxalá, que representa o patriarca da religião e é
o orixá mais velho, goza de certa primazia. Contudo, se preciso fosse escolher
um orixá todo-poderoso, quem, senão Xangô para assumir esse papel?
Xangô gosta dos desafios, que não raras vezes aparecem nas
saudações que lhe fazem seus devotos na África. Porém o desafio é feito sempre
para ratificar o poder de Xangô.
A maneira como todos devem se referir a Xangô já expressa o seu
poder. Procure imaginar um elefante, mas um Elefante de olhos tão grandes
quanto potes de boca larga: esse é Xangô e, se o corpo do animal segue a
proporção dos olhos, Xangô realmente é o Elefante que manda na savana,
imponente, poderoso.
Percebe-se que a imagem de poder está sempre associada a Xangô.
O poder real, por exemplo, lhe é devido por ter se tornado o quarto alafim de
Òyó, que era considerada a capital política dos iorubas, a cidade mais
importante da Nigéria. Xangô destronou o próprio meio-irmão Dadá-Ajaká com um golpe
militar. A personalidade paciente e tolerante do irmão irritavam Xangô e,
certamente, o povo de Òyó, que o apoiou para que ele se tornasse o seu grande
rei, até hoje lembrado.
O trono de Òyó já pertencia a Xangô por direito, pois seu pai,
Oranian, foi fundador da cidade e de sua dinastia. Ele só fez apressar a sua
ascensão. Xangô é o rei que não aceita contestação, todos sabem de seus méritos
e reconhecem que seu poder, antes de ser conquistado pela opressão, pela força,
é merecido. Xangô foi o grande alafim de Òyo porque soube inspirar
credibilidade aos seus súbditos, tomou as decisões mais acertadas e sábias e,
sobretudo, demonstrou a sua capacidade para o comando, persuadindo a todos não
só por seu poder repressivo como por seu senso de justiça muito apurado.
Não erram, como se viu, os que dizem que Xangô exerce o poder de
uma forma ditatorial, que faz uso da força e da repressão para manter a
autoridade. Sabe-se, no entanto, que nenhuma ditadura ou regime despótico
mantém-se por muito tempo se não houver respaldo popular. Em outros termos, o
déspota reflecte a imagem de seu povo, e este ama o seu senhor, seja porque nos
momentos de tensão responde com eficiência, seja por assumir a postura de um
pai. No caso de Xangô, sua rectidão e honestidade superam o seu carácter
arbitrário; suas medidas, embora impostas, são sempre justas e por isso ele é,
acima de tudo, um rei amado, pois é repressor por seu estilo, não por maldade.
Fato é que não se pode falar de Xangô sem falar de poder. Ele
expressa autoridade dos grandes governantes, mas também detém o poder mágico,
já que domina o mais perigoso de todos os elementos da natureza: o fogo. O
poder mágico de Xangô reside no raio, no fogo que corta o céu, que destrói na
Terra, mas que transforma, que protege, que ilumina o caminho. O fogo é a
grande arma de Xangô, com a qual castiga aqueles que não honram seu nome. Por
meio do raio ele atinge a casa do próprio malfeitor.
Xangô é bastante cultuado na região de Tapá ou Nupê, que, segundo algumas versões históricas, seria terra de origem de sua família materna.
Tudo que se relaciona com Xangô lembra realeza, as suas vestes, a sua riqueza, a sua forma de gerir o poder. A cor vermelha, por exemplo, sempre esteve ligada à nobreza, só os grandes reis pisavam sobre o tapete vermelho, e Xangô pisa sobre o fogo, o vermelho original, o seu tapete.
Xangô é bastante cultuado na região de Tapá ou Nupê, que, segundo algumas versões históricas, seria terra de origem de sua família materna.
Tudo que se relaciona com Xangô lembra realeza, as suas vestes, a sua riqueza, a sua forma de gerir o poder. A cor vermelha, por exemplo, sempre esteve ligada à nobreza, só os grandes reis pisavam sobre o tapete vermelho, e Xangô pisa sobre o fogo, o vermelho original, o seu tapete.
Xangô sempre foi um homem bonito extremamente vaidoso, por isso
conquistou todas a mulheres que quis, e, afinal, o que seria um ‘olhar de fogo’
senão um olhar de desejo ardente? Quem resiste ao olhar de “flirt” de Xangô?
Xangô era um amante irresistível e por isso foi disputado por três mulheres. Iansã foi sua primeira esposa e a única que o acompanhou em sua saída estratégica da vida. È com ela que divide o domínio sobre o fogo.
Oxum foi à segunda esposa de Xangô e a mais amada. Apenas por Oxum, Xangô perdeu a cabeça, só por ela chorou. A terceira esposa de Xangô foi Oba, que amou e não foi amada. Oba abdicou de sua vida para viver por Xangô, foi capaz de mutilar o seu corpo por amor o seu rei.
Xangô era um amante irresistível e por isso foi disputado por três mulheres. Iansã foi sua primeira esposa e a única que o acompanhou em sua saída estratégica da vida. È com ela que divide o domínio sobre o fogo.
Oxum foi à segunda esposa de Xangô e a mais amada. Apenas por Oxum, Xangô perdeu a cabeça, só por ela chorou. A terceira esposa de Xangô foi Oba, que amou e não foi amada. Oba abdicou de sua vida para viver por Xangô, foi capaz de mutilar o seu corpo por amor o seu rei.
Xangô decide sobre a vida de todos, mas sobre a sua vida (e sua morte) só ele tem o
direito de decidir. Ele é mais poderoso que a morte, razão pela qual passou a
ser o seu anti-símbolo.
Leia mais no post Original: Xangô | Filhos de Axé http://www.filhosdeaxe.com/candomble/orixas-candomble/xango#ixzz1gAFI8MbF
Leia mais no post Original: Xangô | Filhos de Axé http://www.filhosdeaxe.com/candomble/orixas-candomble/xango#ixzz1gAFI8MbF
Características
dos filhos de Xangô
É muito fácil reconhecer um filho de Xangô apenas por sua
estrutura física, pois seu corpo é sempre muito forte, com uma quantidade
razoável de gordura, apontando a sua tendência à obesidade; mas a sua boa
constituição óssea suporta o seu físico avantajado. Com
forte dose de energia e auto-estima, os filhos de Xangô têm consciência de que
são importantes e respeitáveis, portanto quando emitem sua opinião é para
encerrar definitivamente o assunto. Sua postura é sempre nobre, com a dignidade
de um rei. Sempre andam acompanhados de grandes comitivas; embora nunca estejam
sós, a solidão é um de seus estigmas.
Conscientemente são incapazes de ser injustos com alguém, mas um certo egoísmo faz parte de seu arquétipo. São extremamente austeros (para não dizer sovinas), portanto não é por acaso que Xangô dança alujá com a mão fechada. Gostam do poder e do saber, que são os grandes objectos de sua vaidade.
São amantes vigorosos, uma pessoa só não satisfaz um filho de Xangô. Pobre das mulheres cujos maridos são de Xangô. Um filho de Xangô está sempre cercado de muitas mulheres, sejam suas amantes, sejam suas auxiliares, no caso de governantes, empresários e até babalorixás, mas a tendência é que aqueles que decidem ao seu lado sejam sempre homens.
Conscientemente são incapazes de ser injustos com alguém, mas um certo egoísmo faz parte de seu arquétipo. São extremamente austeros (para não dizer sovinas), portanto não é por acaso que Xangô dança alujá com a mão fechada. Gostam do poder e do saber, que são os grandes objectos de sua vaidade.
São amantes vigorosos, uma pessoa só não satisfaz um filho de Xangô. Pobre das mulheres cujos maridos são de Xangô. Um filho de Xangô está sempre cercado de muitas mulheres, sejam suas amantes, sejam suas auxiliares, no caso de governantes, empresários e até babalorixás, mas a tendência é que aqueles que decidem ao seu lado sejam sempre homens.
Os filhos de Xangô são obstinados, agem com estratégia e
conseguem o que querem. Tudo que fazem marca de alguma forma sua presença;
fazem questão de viver ao lado de muita gente e têm pavor de ser esquecido,
pois, sempre presentes na memória de todos, sabem que continuarão vivos após a
sua ‘retirada estratégica’.
Fonte: http://ocandomble.wordpress.com/os-orixas/xango/
Qualidades
do Orixá Xangô
Alufan: É idêntico a um Airá.
Confundido com Oxalufan. Veste branco e suas ferramentas são prateadas.
Alafim: É o dono do palácio real,
governante de Oyó. Ligado a Oxaguian.
Afonjá: É o dono do talismã mágico dado
por Oyá a mando de Obatalá; Come com Yemanjá sua mãe. Patrono de um dos
terreiros mais tradicionais e antigos da Bahia, o Axé Opô Afonjá, é o Xangô da
casa real de Oyó.
Afonjá: É o dono do talismã mágico dado
por Oyá a mando de Obatalá; Come com Yemanjá sua mãe. Patrono de um dos
terreiros mais tradicionais e antigos da Bahia, o Axé Opô Afonjá, é o Xangô da
casa real de Oyó.
Aganju: Veste marrom, Xangô
guerreiro, feiticeiro, estreita ligação com Yemanjá e os Ogbonis
Agodo: Aquele que usa dois
Oxês.Veste marrom, ligado a Yemanjá.
Barú: Veste-se de marrom/preto.
Ligação com Yemanjá em Tapá e Exú, o único que não pode comer amalá
Obain: veste-se marron e ligado
a Oyá
Oranfé: É o justiceiro, reto e
impiedoso, que mora na cidade de ifé.
Obalubé: è o grande rei, ligado a
Oba, Oxun e Oyá.
Os Airás são mais velhos, fazem parte da família real da dinastia
Ifé/Oyó, suas contas são brancas rajadas de vermelho ou marron.
Airá Intilè: Veste branco/azul claro,
aquele que carrega Lufan nas costas
Airá Igbonam: É considerado o pai do
fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece
a fogueira de Airá, rito em que Ibonã dança sempre acompanhado de Iansã,
dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras.
Airá Modé: É o eterno companheiro de
Oxaguiã, só veste branco e não come dendê (só um pingo) sua conta leva seguí.
Airá Adjaosí: Velho guerreiro, veste
branco, ligado a Yemanjá.
Poderemos encontrar vários nomes/títulos ainda para o mesmo
Xangô: Olorokè; Jakutá; Dadá; Ajaká; Oronian; Orugã; Baáyanì seria sua
irmã e um quinto Airá chamado Detá;
Qualidades de Xangô na UMBANDA
Sincretizado no Rio de Janeiro com São Jerônimo, tem o seu dia
comemorado em 30 de setembro.
Encontramos também outras datas de comemoração porque este Orixá foi sincretizado com outros Santos Católicos, em função de seus desdobramentos, a saber:
Encontramos também outras datas de comemoração porque este Orixá foi sincretizado com outros Santos Católicos, em função de seus desdobramentos, a saber:
Xangô Alafim- São Jerônimo –
Comemorado no dia 30 de setembro
Xangô Abomi – Santo Antônio –
Comemorado no dia 13 de junho
Xangô Alufam – São Pedro – Comemorado
no dia 29 de junho
Xangô Agodô - São João Batista
– Comemorado no dia 24 de junho
Xangô Aganju – São José -
Comemorado no dia 19 de março
Xangô D’Jacutá – sem sincretismo –
Regência geral da Linha de Xangô
Fonte das qualidades de Xangô na UMBANDA: http://www.caboclopery.com.br/interest.htmLivro Umbanda - Mitos e Realidade.
Lendas de
Xangô
Arrependido Xangô retorna a orun
Xangô era rei de oyó, terra de seu pai; já sua mãe era da cidade
de empê, no território de tapa. Por isso, ele não era considerado filho
legítimo da cidade. A cada comentário maldoso xangô cuspia fogo e soltava
faíscas pelo nariz. Andava pelas ruas da cidade com seu oxé, um machado de duas
pontas, que o tornava cada vez mais forte e astuto onde havia um roubo, o rei
era chamado e, com seu olhar certeiro, encontrava o ladrão onde quer que
estivesse.
Para continuar reinando xangô defendia com bravura sua cidade; chegou até a destronar o próprio irmão, dadá, de uma cidade vizinha para ampliar seu reino. Com o prestigio conquistado, xangô ergueu um palácio com cem colunas de bronze, no alto da cidade de kossô, para viver com suas três esposas: Oyá ( yansã ) amiga e guerreira; Oxum, coquete e faceira e Obá, amorosa e prestativa.
Para continuar reinando xangô defendia com bravura sua cidade; chegou até a destronar o próprio irmão, dadá, de uma cidade vizinha para ampliar seu reino. Com o prestigio conquistado, xangô ergueu um palácio com cem colunas de bronze, no alto da cidade de kossô, para viver com suas três esposas: Oyá ( yansã ) amiga e guerreira; Oxum, coquete e faceira e Obá, amorosa e prestativa.
Para prosseguir com suas conquistas, xangô pediu ao babalaô de
oyó uma fórmula para aumentar seus poderes; este entregou-lhe uma caixinha de
bronze, recomendando que só fosse aberta em caso de extrema necessidade de
defesa. Curioso, Xangô contou a Yansã o ocorrido e ambos, não se contendo, abriram
a caixa antes do tempo. Imediatamente começou a relampejar e trovejar; os raios
destruíram o palácio e a cidade, matando toda a população. Não suportando tanta
tristeza, Xangô afundou terra adentro, retornando ao orun.
Contas de Xangô
Quando Xangô pediu Oxum em casamento, ela disse que aceitaria
com a condição de que ele levasse o pai dela, Oxalá, nas costas para que ele,
já muito velho, pudesse assistir ao casamento. Xangô, muito esperto, prometeu
que depois do casamento carregaria o pai dela no pescoço pelo resto da vida; e
os dois se casaram. Então, Xangô arranjou uma porção de contas vermelhas e
outra de contas brancas, e fez um colar com as duas misturadas. Colocando-o no
pescoço, foi dizer a Oxum: “- Veja, eu já cumpri minha promessa. As contas vermelhas
são minhas e as brancas, de seu pai; agora eu o carrego no pescoço para sempre.
Contas de Xangô, uma outra visão
Sango, filho de Obatalá, era um jovem rebelde e vez por outra
saía pelo mundo botando fogo pela boca, queimando cidades e fazendo arruaça.
Seu pai, Obatalá, era informado de seus atos, recebendo queixas de todas as
partes da terra. Obatalá alegava que seu filho era como era por não haver sido
criado junto dele, mas que, algum dia, conseguiria dominá-lo.
Certo dia, estando Sango na casa de Obá, deixou seu cavalo branco amarrado junto à porta da casa. Obatalá e Odudua passaram por lá, viram o animal de Sango, e o levaram com eles. Ao sair, Sango percebeu o roubo e enfurecido saiu em busca do animal, perguntando aqui e acolá. Chegando a uma vila próxima dali, informaram-lhe que dois velhos estavam levando consigo seu animal, o que deixou Sango ainda mais colérico. Sango alcançou os dois velhos e ao tentar agredi-los percebeu que eram Obatalá e Odudua. Obatalá levantou seu opaxorô (cajado) e ordenou: “Sangò kunlé, foribalé”. Sango desarmado atirou-se ao chão em total submissão à Obatalá.
Sango tinha consigo seu colar de contas vermelhas, que Obatalá arrebentou e misturou a elas suas contas brancas dizendo: “Isto é para que toda a terra saiba que você é meu filho”.
Daquele dia em diante Sango submeteu-se às ordens do velho rei.
Certo dia, estando Sango na casa de Obá, deixou seu cavalo branco amarrado junto à porta da casa. Obatalá e Odudua passaram por lá, viram o animal de Sango, e o levaram com eles. Ao sair, Sango percebeu o roubo e enfurecido saiu em busca do animal, perguntando aqui e acolá. Chegando a uma vila próxima dali, informaram-lhe que dois velhos estavam levando consigo seu animal, o que deixou Sango ainda mais colérico. Sango alcançou os dois velhos e ao tentar agredi-los percebeu que eram Obatalá e Odudua. Obatalá levantou seu opaxorô (cajado) e ordenou: “Sangò kunlé, foribalé”. Sango desarmado atirou-se ao chão em total submissão à Obatalá.
Sango tinha consigo seu colar de contas vermelhas, que Obatalá arrebentou e misturou a elas suas contas brancas dizendo: “Isto é para que toda a terra saiba que você é meu filho”.
Daquele dia em diante Sango submeteu-se às ordens do velho rei.
Arrependido e justiceiro
SÀNGÓ recebeu das mãos de OLODUMARÈ, o Deus supremo, um pilão de
prata que representa a união da terra, ÀIYÉ, com o céu, ÒRUN, o plano paralelo
a terra onde moram os Òrìsás. Nesta ocasião SÀNGÓ foi elevado a categoria de
OBÁ OYO, rei de OYO, passando a ser o quarto ALÁÀÁFÍN de OYO, sendo o único ser
vivo a ter o privilégio de ir e vir da terra para o céu para comunicar-se
diretamente com ÒRÚNMÌLÀ, recebendo desse Òrìsá ordens e instruções para este
melhor orientar-se em suas decisões na terra. Após contar a ÒRÚNMÌLÀ tudo o que
se passava na terra ele retornava feliz , pois sabia que era de plena confiança
desse Òrìsá. Como ser carnal ele foi possuído pela ambição, cometendo um pecado
imperdoável aos olhos de OLÓÒRUN que, por ser muito justo, jamais aceitou uma
traição. SÀNGÓ tentou apossar-se, definitivamente, do governo e dos poderes da
terra e de todos os poderes que existiam no espaço. OLODUMARÈ sabendo de tudo
que se passava castigou-o, tomando-lhe o pilão que lhe dava o poder de
transitar, vivo, para o céu e o poder de governar os homens da terra. SÀNGÓ
desgostoso e muito arrempendido dos atos que praticara entrou em completo
desespero, de joelhos, rogou perdão a todos os seres maiores, que lhe viraram
as costas. Triste e magoado subiu num monte existente em OYO e enforcou-se num
pé de OBI , a nóz de cola , o pão de ÒÒSÀÀLÀ .
Porém SÀNGÓ não morreu, desapareceu, ficando o seu espírito
entre os dois mundos paralelos a terra. OLÓÒRUN começou a sentir a falta de seu
servo, mesmo sabendo de sua traição, pois SÀNGÓ foi apedrejado por todos, pois
nessa época era a mais terrível das faltas. OLÓÒRUN pensou, pensou muito e
tomou uma decisão, foi até OLODUMARÈ e rogou-lhe perdão em nome de SÀNGÓ, pedindo-lhe
trouxesse-lhe seu tão amado servo . OLODUMARÈ então concedeu o perdão a SÀNGÓ,
mas com uma condição, que não mais viesse como homem, mas sim como Òrìsá e que
todas as pedras que lhe foram atiradas servissem para ele castigar os
mentirosos, os ladrões e que fulminasse os traidores. E assim foi feito. SÀNGÓ
retornou a terra como Òrìsà e não mais como ARAYILE ( ser humano ) ,
representando assim, a ira do próprio OLÓÒRUN contra os homens que se comportam
mal na terra, passando a ostentar então um pilão de duas bocas, a parte de
baixo representando a terra e a de cima o céu, continuando, assim, a exercer o
seu governo em forma de Òrìsá. É proibido o uso de OBI em seus assentamentos,
pois lembra a sua passagem de vida e de morte na terra, tornando-se o OBI uma
se suas grandes KIZILAS.
Xangô é condenado por Osalá comer como os escravos
Airá, aquele que se veste de branco, foi um dia às terras do
velho Oxalá para levá-lo à festa que faziam em sua cidade. Oxalá era velho e
lento, Por isso Airá o levava nas costas. Quando se aproximavam do destino,
vira a grande pedreira de Xangô, bem perto de seu grande palácio. Xangô levou
Oxalufã ao cume, para dali mostrar ao velho amigo todo o seu império e poderio.
E foi lá de cima que Xangô avistou uma belíssima mulher mexendo sua panela. Era
Oyá! Era o amalá do rei que ela preparava!
Xangô não resistiu à tamanha tentação. Oyá e amalá! Era demais
para a sua gulodice, depois de tanto tempo pela estrada. Xangô perdeu a cabeça
e disparou caminho abaixo, largando Oxalufã em meio às pedras, rolando na
poeira, caindo pelas valas. Oxalufã se enfureceu com tamanho desrespeito e
mandou muitos castigos, que atingiram diretamente o povo de Xangô.
Xangô, muito arrependido, mandou todo o povo trazer água fresca
e panos limpos. Ordenou que banhassem e vestissem Oxalá. Oxalufã aceitou todas
as desculpas e apreciou o banquete de caracóis e inhames, que por dias o povo
lhe ofereceu. Mas Oxalá impôs um castigo eterno a Xangô. Ele que tanto gosta de
fartar-se de boa comida.
Nunca mais pode Xangô comer em prato de louça ou porcelana. Nunca mais pode Xangô comer em alguidar de cerâmica. Xangô só pode comer em gamela de pau, como comem os bichos da casa e o gado e como comem os escravos.
Nunca mais pode Xangô comer em prato de louça ou porcelana. Nunca mais pode Xangô comer em alguidar de cerâmica. Xangô só pode comer em gamela de pau, como comem os bichos da casa e o gado e como comem os escravos.
Lendas retiradas do site: http://www.lendas.orixas.nom.br
Dia da semana:
terça feira
Cor: vermelho
e branco
Contas: de 3
em 3 se velho se moço de 1em 1
Sincretismo:
São geronimo e São Miguel e Almas
Saudação: Kaô
Kabecile
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